terça-feira, 31 de outubro de 2006

Lula la!!

O Gênesis de Salgado

Antonio Gonçalves Filho

Pela primeira vez em sua carreira o fotógrafo Sebastião Salgado fotografa uma série inteira de paisagens. Não, Salgado não decidiu enveredar pelo caminho de Ansel Adams (1902-1984), o fotógrafo americano que ficou conhecido por suas fotos panorâmicas do vale de Yosemite. Embora seja preservacionista como Adams, as fotos de paisagens de Salgado são de natureza diferente. Fazem parte de um ambicioso projeto chamado Gênesis, em que o fotógrafo brasileiro volta às origens da Terra num trabalho classificado por ele de 'antropologia planetária'. Parte dessas fotos está exposta no Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte, numa mostra bancada pela Arcelor Brasil (Belgo, CST e Vega do Sul) com chancela da Unesco.

De passagem pelo Brasil, vindo de Kamchatka, a grande península russa do leste, Salgado concedeu uma entrevista exclusiva ao Estado. Sobre o projeto Gênesis, com duração prevista de oito anos, o fotógrafo esclarece que essa longa viagem só vai se tornar viável graças ao apoio de jornais e revistas europeus (Guardian, La Repubblica, Vanguardia, Paris Match) e companhias americanas, além da CST-Arcelor Brasil. Esse consórcio cobre os gastos das longas expedições por lugares onde poucos homens colocaram seus pés. Além de fotografar os vulcões de Kamchatka, Salgado esteve, no ano passado, no Himalaia e no deserto da Namíbia. Este ano ele explora as regiões glaciais da Argentina e Chile, partindo depois para a Antártida. Terá como companheiro de viagem o navegador Amyr Klink.

Mineiro de 62 anos, Salgado construiu sua reputação como fotógrafo dos deserdados do mundo. Há dois anos, por iniciativa da agência fotográfica Amazon Images, dirigida por sua mulher Lélia Deluiz Wanick Salgado, ambos decidiram mostrar os paraísos intocados que garantem a biodiversidade do planeta. Com a colaboração de um programa das Nações Unidas para o meio ambiente, Salgado deu início ao projeto Gênesis, que vai registrar os bons frutos do vínculo entre homem e natureza, no contrafluxo da degradação ambiental provocada por essa mesma relação no meio urbano.

Dividindo o projeto em quatro blocos temáticos (Criação, Arca de Noé, Homem Antigo e Sociedade Antiga), Salgado fotografou desde paisagens ancestrais até comunidades que evocam os primórdios da civilização, passando por animais pouco vistos e indígenas que mantêm suas culturas e tradições, do Congo ao Xingu.

Salgado diz que não vê ruptura entre esse projeto educacional, vinculado ao ensino de questões ambientais a jovens alunos, e a longa pesquisa fotográfica que deu origem às séries anteriores, todas transformadas em livros, como Outras Américas, Sahel: L'Homme en Detrésse, Trabalhadores e Êxodos. 'Esse projeto chama-se Gênesis porque, além de retornar à origem do planeta, pretendo mostrar que ainda é possível a integração homem-natureza, apesar das previsões catastróficas.' Assim, não se trata de uma reportagem sobre aquecimento global, destruição das florestas ou as conseqüências da fome endêmica. São imagens elegíacas, em que a pata de um iguana surge numa dimensão fenomenológica, como uma revelação teofânica.

'Essa foto provocou uma série de interpretações interessantes dos alunos das escolas públicas do Espírito Santo, onde 187 estabelecimentos receberam kits com imagens captadas nas Ilhas Galápagos', conta Salgado, animado com a possibilidade de transferir aos pequenos uma dose de esperança sobre a salvação das 25 principais regiões ecológicas do mundo, os chamados 'hotspots', responsáveis por mais da metade de espécies do planeta. Apesar de todo o estrago provocado no meio ambiente, ainda existem áreas selvagens que podem religar a espécie ao planeta, diz, observando que seu interesse pelas comunidades indígenas transcende a curiosidade antropológica. 'Acho que eles vão nos ensinar como preservar a vida na Terra, pois há séculos protegem o lugar onde vivem.'

Salgado fundou com a mulher o Instituto Terra, que oferece educação ambiental a autoridades municipais, professores e proprietários rurais. Começou com a área de 675 hectares pertencente ao casal, reflorestada com espécies nativas da Mata Atlântica. Isso explica a natureza pedagógica do projeto Gênesis, que ainda vai levar o fotógrafo ao Ártico, ao deserto mexicano, às montanhas do Canadá, ao Alasca e a lugares remotos da China e EUA.

Embora a terra de Ansel Adams esteja no roteiro, Salgado não vai fotografar Yosemite ou Sierra Nevada, mas regiões desérticas. O fotógrafo brasileiro diz que suas paisagens são em tudo diferentes das do mestre americano. 'Eu não trabalho com o mesmo material', diz, informando que trocou o formato 35 milímetros por negativos de 6 x 4,5. A diferença não está só aí. O aspecto formal - todas as fotos são em preto-e-branco, favorecendo a abstração e a interpretação do espectador - continua em pauta, mas é subordinado a um projeto de reportagem em que o próprio Salgado parte para experiências inéditas como as de fotografar os outros animais do planeta sem um olhar antropocêntrico. Ele explica: quer 'encontrar' esses animais, entendê-los como compreende a própria família.

Depois de viver nas Ilhas Galápagos em meio a tartarugas gigantescas e iguanas antediluvianos, Salgado teve outra experiência inaudita a 4 mil metros de altura, na cordilheira asiática do Himalaia. No planalto que reúne as montanhas mais altas do mundo, o fotógrafo subiu uma delas com mais de 30 mulas carregando equipamentos e alimentos. Nessa peregrinação Salgado já conheceu mais de uma centena de países desde que decidiu, aos 59 anos, rastrear espécies e povos nômades pelo globo terrestre.

A nova fronteira da publicidade

Marili Ribeiro

O publicitário Evandro Soares, de 26 anos, faz no trabalho o que muitos sonham em fazer nas férias. Evandro é pago pela agência Africa para viajar. Sua missão é correr o mundo - sem gastar muito -, observar tendências de comportamento e novidades de comunicação, relatar o que viu para os colegas da área de criação e ajudar a transformar essas idéias em soluções práticas para os clientes.

Sua história faz parte de uma novidade nas agências de publicidade. Em busca de idéias inovadoras e numa tentativa de acompanhar a revolução tecnológica da comunicação online, as agências estão escalando profissionais para explorar a nova fronteira do conhecimento. A missão desses profissionais é bisbilhotar o mundo virtual e as tendências internacionais.

Evandro Soares, por exemplo, começou sua carreira de publicitário globe-trotter com uma viagem de 15 dias para Nova York. Gastou US$ 700, sem contar a passagem e a estadia, e voltou cheio de idéias. Entre elas, está uma proposta para popularizar a Vale do Rio Doce, cliente da Africa, junto aos operadores da Bolsa, em Wall Street.

“Notei que os operadores circulam muito pouco fora da área de trabalho e freqüentam os carrinhos de lanches e café o tempo todo”, conta Soares. “Poderíamos chamar a atenção deles com um carrinho com as cores do Brasil, junto com uma tela de plasma veiculando campanhas da Vale e informações do mercado financeiro.” A proposta será encaminhada nesta semana ao cliente. Em seguida, Soares embarca para uma pesquisa de 15 dias em Cingapura, Tóquio e Seul.

BLOGUEIROS

A Lew Lara também direcionou sua antena para as tendências internacionais, mas optou por um caminho diferente. Há pouco mais de um ano, a agência montou o site HUB, que abriga mensagens e fotos despachadas por 450 jovens blogueiros espalhados pelos quatro cantos do mundo. “É uma rede informal de informações alimentada por um olhar jovem, arejado e de pessoas loucas por tecnologia e novidades”, diz o diretor-geral do Núcleo de Conteúdo, Inovação e Tendência da agência, Ricardo Al Makul.

Do alto de seus 31 anos, Al Makul se define como o “tiozinho” da equipe que ele comanda aqui no Brasil. São dez jovens, entre 19 anos e 25 anos, que se dedicam a filtrar todas as informações enviadas pela internet e pôr no ar as mais inusitadas. Paralelamente, todo o material coletado é estudado e muitas das idéias acabam virando sugestões de ações de marketing para os clientes da agência.

A busca por novidades requer práticas também inovadoras. Com 15 anos de experiência na área de planejamento e 34 anos, Paula Rizzo resolveu revolucionar a própria carreira. Procurou a DM9DDB e propôs desenvolver um trabalho em que se dedicasse a repensar e achar os caminhos da comunicação na era digital. “Para minha surpresa, eles toparam e me deram total liberdade de começar esse trabalho, que não tem parâmetros no meio publicitário”, diz Paula.

A publicitária começou a prospectar o mundo virtual há alguns meses e, desde então, ela desenvolveu um blog de tendências, com a participação de 300 funcionários da agência, e preparou um curso para auxiliar todos a explorarem as melhores alternativas da internet. Do cruzamento das propostas nasceram 25 projetos, que estão sendo encaminhados aos clientes. Alguns deles envolvem aplicações ousadas de robótica.

Com a enorme quantidade de informações disponíveis na internet, as agências buscam novas fórmulas para processar o material e transformá-lo em ações práticas. Na FischerAmerica, a opção foi incorporar ao quadro de funcionários um blogueiro conhecido no meio publicitário, Carlos Merigo, criador do blog brainstorm9. Com 25 anos, o inquieto Merigo passa o dia fazendo um filtro das novidades que descobre ao navegar pela internet.

MESÕES

Na McCann Erickson a busca por novas formas de relacionamento produziu uma mudança do antigo modelo de operação da agência. Se antes imperavam as duplas de criação isoladas em salinhas no seu processo de trabalho, agora todos se ocupam das tarefas diárias em mesões coletivos, onde a troca de vivências e de informações é uma constante.

“Quem não se adaptou preferiu deixar a agência e 45 pessoas nos deixaram”, explica Adriana Cury que, ao lado de Júlio Castellanos, com quem divide a presidência da McCann, também trabalhará no mesmo esquema, num único salão sem divisórias. “O que tem de reinar aqui é a idéia, sem incentivo a qualquer egotrip tão comum entre publicitários”, diz ela. “Na nova configuração não tem coadjuvante, todos são protagonistas na hora da contribuição para se desenvolver uma campanha em sua múltiplas possibilidades. Afinal, a comunicação agora é multidisciplinar e nada é melhor ou mais eficiente na arte de impactar o consumidor”, conclui.

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Câmera escondida


Veja a pegadinha do assalto!!

cassetadas!

Teste sua pureza!

Quer saber se você é uma pessoa pura? veja nesse site um teste super bacana para testar se você entraria no céu caso morresse hoje! hheeehehehhe!! Brincadeira!! http://www.geocities.com/bourbonstreet/bayou/8433/testedepureza

Rouba mas faz

----Ontem a foi consolidada a política do rouba mas faz. A reeleição do presidente Lula com mais de 50 milhões de votos após toda a corrupção explícita do seu governo mostrou isso. Não que o candidato rival de fosse melhor do que Lula,( pois não o é só comparar o programa de governo de ambos ) mas depois de tudo que ele fez, aliás não fez. Depois de ter dito não saber de nada que seus subordinados faziam. Sem contar o fato de praticamente ter transformado o Planalto num diretório do PT e apinhar a máquina estatal de seus amiguinhos corruptos.
----Você deve estar perguntando: o que além de roubar, mentir e deixar a economia estática, morta, ele fez? O Bolsa Família (melhortado, não instituído por ele) ajudou muitas pessoas de baixa ou nenhuma renda. Segundo análises essas pessoas que votaram nele e o conduziram a vitória. Ficaram com receio de que Alckmin não continuasse com o programa. Ou seja, entre um prato de comida e a ética preferiram, num pensamento egoísta e obtuso, o prato de comida. Repito é a consolidação da política do rouba mas faz, de escolher entre o ruim e o menos pior.
----Mas se não votarmos no menos pior votaremos em quem? Respondo com outra pergunta: você prefere ser morto esquartejado por cavalos ou numa fogueira? Certamente deve ter pensado: de nenhuma das duas formas. Por analogia isso se aplica a política, não é necessário escolher entre o ruim e o menos pior. Pode-se escolher a nenhum. Isto também é exercer o direito(no caso do Brasil, dever) democrático do voto.
----Contudo como já diz o ditado, não se deve chorar pelo leite derramado. Se graças a burrice, egoísmo ou comodismo das pessoas que usaram a urna como latrina votando desse jeito. Que não aprenderam com o que viram. Achar que os próximos 4 anos de mandato serão melhores ou diferentes do que os do anterior, seria o mesmo que esperar Papai Noel no Natal. Mas afinal de contas, o povo tem o governante que merece.

domingo, 29 de outubro de 2006

Juiz boiolão!!

vídeo cassetadas!

Resultado das eleições!

Em votação apertada, Roberto Requião
é reeleito governador do Paraná
Após eleição extremamente disputada, Roberto Requião (PMDB), está matematicamente reeleito governador do Paraná com 50,1% dos votos válidos. Requião é formado em Direito e Jornalismo, foi deputado estadual, prefeito, governador e senador

  • Sérgio Cabral é eleito governador no Rio de Janeiro
  • Yeda Crusius, do PSDB, ganha do PT no Rio Grande do Sul
  • Luiz Henrique, do PMDB, sai vitorioso em Santa Catarina
  • Cássio Cunha Lima, do PSDB, é reeleito na Paraíba
  • Eduardo Campos, do PSB, vence em Pernambuco

"Pobres terão preferência", diz Lula em seu primeiro pronunciamento

José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O presidente reeleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, faz pronunciamento em um hotel na região central da capital paulista para falar sobre o resultado das urnas.
Brasília - O presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva disse, no primeiro pronunciamento após a confirmação de sua vitória, que os pobres serão prioridade no segundo mandato.

“Os pobres terão preferência em nosso governo. As regiões mais empobrecidas terão mais atenção. Queremos tornar o Brasil mais justo, econômica e socialmente”, destacou Lula, que completou, sob aplausos. “As bases estão construídas, não temos mais tempo a perder”.

O presidente disse contar com o apoio dos governadores eleitos e partidos derrotados para conquistar esses avanços. “Os adversários são as injustiças sociais e a miséria. Temos que fortalecer o país”, sublinhou. Já a reforma política, garantiu Lula, terá preferência no primeiro ano do segundo mandato. A proposta será discutida junto ao Congresso Nacional, segundo ele.

Neste segundo mandato, Lula também afirmou que a relação com Congresso Nacional deverá ser mais próxima. Ele disse que pretende conversar com todas as forças políticas do Senado e da Câmara dos Deputados até o final de dezembro. "Aprendemos lições importantes na relação com o Congresso neste primeiro mandato. Por isso, irei interferir mais diretamente nas negociações com o Legislativo”.

Para o presidente, o Congresso tem “muitas cabeças pensantes”, o que é bom para a democracia. “Quero chamar todos para uma conversa. E não haverá veto a ninguém. Se essa pessoa não quiser conversar, gostaria de saber o porquê”, disse, para completar em seguida. “O Legislativo precisa trabalhar em prol das causas do povo”.

Antes do pronunciamento do presidente, o porta-voz André Singer informou que o candidato derrotado Geraldo Alckmin telefonou para Lula para cumprimentá-lo pela vitória.

Carros em pesquisa: aprovados

Marcas testam receptividade de alguns modelos. O público gostou

Lucas Litvay

Com o fim do Salão do Automóvel, que fecha as portas ao público às 17h, termina também a pesquisa de algumas montadoras para medir a receptividade de alguns carros em exposição.

Nesta edição, a Fiat avalia se vale a pena importar da Itália a perua Croma, enquanto a Ford testa se há mercado para trazer dos EUA o jipão Edge. Vender o conversível do Mégane é a dúvida que a Renault pretende acabar ouvindo o público. Já a Seat, marca do Grupo VW, estuda retornar ao País a bordo do Leon.

A GM e a Volks pesquisam se seus protótipos nacionais devem entrar em linha de produção. A GM exibe em seu estande o Prisma Y, um jipinho conceito feito sobre a plataforma do Prisma. Já no estande ao lado, a Volks apresenta a Crossover, a SpaceFox com elementos fora-de-estrada e interior de quatro assentos.

E se depender do público ouvido por Autos os dois modelos deixarão de ser protótipos em breve. 'O visual agradou muito' diz o administrador Renato Rocha da Silva enquanto analisava as linhas do jipinho. 'Acho que ele ficou mais bonito que EcoSport e CrossFox', compara. Essa é a mesma visão da dentista Denise Coimbra. 'Se ele custar até R$ 40 mil não teria dúvida em comprá-lo.'

A SpaceFox Crossover também foi merecedora de elogios. 'Adorei' conclui o estudante Marcelo Winfarb quando indagado sobre o visual da perua. Mas a resposta sobre o acabamento interno é menos entusiasmada. 'Acho exagerado. Espero que eles mudem.'

IMPORTADOS

Os carros estrangeiros em pesquisa também foram aprovados pelo público no Anhembi. A grade dianteira cromada do Edge foi o que mais chamou a atenção do empresário Eli Nabour. Já as linhas agressivas do Seat Leon atiçam o ímpeto de compra do engenheiro Felipe Nunes, que lamenta não encontrar o modelo à venda no País.

O desenho do projetista Giorgetto Giugiaro no Croma satisfez os amigos Walter Gennarini e Luiz Oliani. Mas, para eles, ela teria que custar até R$ 60 mil, preço da perua da Renault.

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Comedia!!!!!!!!!!

Um nerd no espaço

Um ex-funcionário da Microsoft que comandou o desenvolvimento dos conhecidos softwares Word e Excel será o primeiro "nerd" a viajar para o espaço. Charles Simonyi, 58, autointitula-se "nerd" e deverá ser a 450ª pessoa a viajar para o espaço. Ele será o primeiro astronauta amador a embarcar para a ISS, a Estação Espacial Internacional.Em entrevista à BBC, Simonyi diz ter objetivos com sua viagem ao espaço: "O primeiro deles é avançar na quetão dos vôos aeroespaciais para civis, o segundo é ajudar nas atividades de pesquisa na estação espacial, e o terceiro é envolver as crianças nas ciências espaciais".Além disso, o ex-engenheiro de software diz que quer se envolver com com todo o projeto, desde o foguete russo Soyuz que deve levá-lo ao espaço. "Aprender mais sobre sistemas é parte de minha curiosidade de engenheiro, e faz a experiência toda ficar mais interessante por eu entender exatamente o que está acontecendo e, por exemplo, saber porque o vôo é seguro", disse Simonyi.A viagem, que será paga pelo próprio Simonyi e tem o custo estimado entre US$ 20 milhões e US$ 25 milhões, deve acontecer em 9 de março de 2007. Ele ficará oito dias na ISS.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Lula continua co vantagem



SÃO PAULO (Reuters), 26 de outubro - Pesquisa do Ibope divulgada nesta quinta-feira confirmou a consolidação do quadro eleitoral, a três dias do segundo turno, indicando uma vantagem de 23 pontos percentuais do presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Geraldo Alckmin (PSDB).Divulgada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, a sondagem mostrou que Lula passou de 57% para 58% das intenções totais de voto, enquanto Alckmin oscilou de 36% para 35%.Os votos brancos e nulos somaram 3% e os indecisos, 4%.Considerando-se os votos válidos - que excluem os brancos, nulos e indecisos -, o presidente manteve os 62% registrados na semana passada, e o tucano continuou com 38%.O Ibope também perguntou se os eleitores podem alterar seu voto até domingo. Apenas 12% disseram que ainda podem mudar de posição, enquanto 86% responderam que sua escolha é definitiva. Dois por cento não souberam ou não quiseram responder.O levantamento foi realizado entre terça e quarta-feira, quando o Ibope ouviu 3.010 eleitores em 202 municípios do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.




Será a nova cortina de ferro?


WASHINGTON (Reuters), 26 de outubro - O presidente dos EUA, George W. Bush, sancionou nesta quinta-feira uma lei para a construção de uma cerca de 1.126 quilômetros ao longo da fronteira do país com o México, uma medida, aprovada em um ano eleitoral, para o combate à imigração ilegal e para ajudar o Partido Republicano nas urnas.
A manobra deve deixar os mexicanos furiosos. O presidente eleito do México, Felipe Calderón, disse neste mês que a lei "complicaria enormemente" as relações com os EUA.
O Partido Republicano espera que a medida renda-lhes alguns votos para o pleito de 7 de novembro, com o qual o Partido Democrata espera tomar o controle do Congresso.
"Temos a responsabilidade de garantir a segurança de nossas fronteiras. Encaramos essa responsabilidade muito seriamente", afirmou Bush na cerimônia em que assinou o projeto de lei, no Salão Roosevelt da Casa Branca.
O presidente negou-se, durante bastante tempo, a apoiar um projeto de lei limitado a garantir o controle da fronteira, tendo gastado meses tentando, sem sucesso, convencer o Congresso a aprovar uma medida mais ampla que incluiria um programa de trabalhadores visitantes para os imigrantes ilegais.
O Senado aprovou o projeto defendido pelo dirigente, mas os republicanos que controlam a Câmara dos Deputados descartaram o programa, temendo o impacto eleitoral entre os norte-americanos preocupados com as conseqüências da imigração ilegal em seus Estados.
Em suas declarações, Bush insistiu que o programa de trabalhadores visitantes melhoraria a situação da fronteira e disse que os norte-americanos precisavam enfrentar a realidade de que milhões de imigrantes ilegais já moravam nos EUA.
"Precisamos reduzir a pressão em nossas fronteiras criando um plano para o trabalho temporário. Os trabalhadores dispostos a assumir as atividades que os norte-americanos não estão assumindo em caráter temporário deveriam ser aproximados dos empregadores dispostos a dar-lhes emprego", afirmou.
A cerca de 1.126 quilômetros se estenderia por quatro Estados do sudoeste norte-americano - a Califórnia, o Arizona, o Novo México e o Texas. A fronteira entre os EUA e o México possui 3.200 quilômetros de extensão.
A nova lei não prevê quem pagará pela nova cerca e limita-se a autorizar a construção dela. Parte do dinheiro para a cerca, 1,2 bilhão de dólares, viria da lei de segurança interna sancionada pelo presidente neste mês.
Os republicanos presentes no Congresso aprovaram o projeto semanas atrás, mas demoraram até enviá-lo a Bush, deixando para tomar a medida em uma data mais próxima do dia da eleição.
Os democratas viram na nova lei uma manobra eleitoral.
"Ao abandonar a reforma ampla no setor de imigração e aprovar essas manobras políticas feitas em anos de eleição, o presidente Bush e os republicanos de Washington colocaram, mais uma vez, os interesses de seu partido acima dos interesses do povo norte-americano", disse Luis Miranda, porta-voz do Comitê Nacional Democrata.
Por Steve Holland, reportagem adicional de Thomas Ferraro

Enfeite nas lojas, panetones nas gôndolas. Já é Natal

O clima de Natal começa aos poucos a envolver o comércio. Na disputa pelo bolso do consumidor, shoppings, lojas e redes de supermercado têm apostado na antecipação das vendas de fim de ano.

O shopping Central Plaza exibe desde ontem sua praça de eventos e fachada decorados para o Natal. O Interlagos, o Raposo e o Osasco Plaza entram no mesmo clima entre sexta e segunda-feira. Outros shoppings dão seqüência a inaugurações de Natal a partir dos primeiros dias de novembro. Este ano, a maioria investe entre R$ 1,5 milhão e R$ 2,5 milhões em decorações e campanhas e tem expectativas variadas de expansão das vendas.

Além dos shoppings, lojas como a Americanas, redes de supermercados e o comércio especializado em enfeites, caso da Natalie, já estão prontos para o movimento de fim de ano. No Wal-Mart, as lojas amanhecerão decoradas na segunda-feira,dia 30.

'Sair na frente e atrair o consumidor para as compras de impulso ou para no mínimo começar a pensar na lista de presentes, num cenário de vendas mornas, é estratégico', diz o assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de S.Paulo (Fecomercio), Altamiro Carvalho. Ele lembra que a concorrência é cada vez maior e que aqueles que saem na frente roubam vendas de quem espera uma maior proximidade do Natal.

Os supermercados já oferecem a primeira fornada de panetones desde o mês passado. Em 2005, a Bauducco vendeu os primeiros panetones para a rede Pão de Açúcar no fim de setembro. Este ano, iniciou a distribuição no dia 23. A expectativa da Bauducco é de crescimento no varejo de 8% em relação a 2005. A Arcor está com panetones no varejo desde meados de setembro, numa antecipação de 40 dias na data de vendas em relação a 2005.

'Houve uma antecipação muito grande de empréstimos relativos ao 13º salário, por parte dos bancos, e é difícil avaliar agora o impacto que isso terá em dezembro', diz Carvalho. Ele prevê um Natal muito parecido com o do ano passado.

O economista Emílio Alfieri, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), tem a mesma linha de raciocínio. 'O Natal já começou, o comércio está investindo no marketing do 'não espere, compre agora' numa grande disputa porque as vendas estão fracas. Dezembro ainda é uma incógnita.'

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Nem sempre os opostos se atraem

Homem de olhos azuis prefere mulher de olhos azuis, diz estudo
OSLO (Reuters), 23 de outubro - Homens de olhos azuis preferem mulheres que também tenham olhos azuis, aparentemente porque a cor dos olhos pode ajudar a revelar se seu parceiro foi fiel, disseram pesquisadores nesta segunda-feira.
"Antes de requisitar um teste de paternidade, olhe por alguns minutos para a cor dos olhos de seus filhos" disse no estudo Bruno Laeng e seus colegas da Universidade de Tromso, na Noruega.
Pelas leis da genética, pais com olhos azuis terão sempre filhos de olhos azuis, cita o estudo. De maneira que um homem de olhos azuis pode saber se sua esposa ou parceira o traiu se o filho tiver olhos castanhos.
"Homens de olhos azuis aprenderam inconscientemente a dar valor a um traço físico que possa facilitar o reconhecimento de seus próprios parentes", afirmaram os cientistas no jornal Ecologia Comportamental e Sociobiologia.
Os cientistas pediram a 88 estudantes que classificassem a atração que sentiam por modelos, com base em fotografias manipuladas. Nas imagens, metade das mulheres tinha olhos azuis, e a outra metade tinha olhos castanhos. Os homens de olhos azuis no grupo mostraram preferência por mulheres de olhos azuis.
Mas homens de olhos castanhos, que não podem encontrar dicas de paternidade a partir da cor dos olhos de uma criança, não mostraram preferência por cor dos olhos.
As mulheres também não mostraram preferência entre homens de olhos azuis ou castanhos, independentemente da cor de seus próprios olhos.
Um quarto dos filhos de pais com olhos castanhos, mas que tenham tantos genes para olhos castanhos, quanto genes para olhos azuis entre seus ancestrais, terá olhos azuis. O restante terá olhos castanhos.
Em um segundo estudo, 443 jovens adultos de ambos os sexos foram questionados sobre a cor dos olhos de seus parceiros - homens com olhos azuis também foram o grupo com a maior proporção de parceiros com a mesma cor dos olhos.

Mercado de dossiês

CUIABÁ (Agência Brasil), 23 de outubro - O advogado Eduardo Siqueira Rodrigues, que representa o empresário paulista Abel Pereira, disse nesta segunda (23) que seu cliente foi procurado por Luiz Antônio Trevisan Vedoin, que teria oferecido documentos contra o senador petista Aloizio Mercadante.Abel Pereira, segundo Rodrigues, disse à Polícia Federal que o dossiê continha “documentos que os Vedoin teriam e que poderiam comprometer a candidatura de Mercadante ao governo de São Paulo. Poderiam influenciar a eleição”. Mercadante foi derrotado pelo candidato tucano José Serra no primeiro turno. Vedoin é dono da Planam, empresa acusada de ser a responsável pelo esquema de venda superfaturada de ambulâncias por meio de emendas ao Orçamento Geral da União, que culminou com a Comissão Mista Parlamentar de Inquérito dos Sanguessugas. Ele ainda é acusado de tentar vender, a integrantes do PT, dossiê que comprovaria a participação de políticos do PSDB no esquema.O empresário da Planam, segundo o advogado, teria procurado Abel Pereira com a intenção de que ele levasse os documentos ao ex-ministro Barjas Negri para que, então, ele os levasse à cúpula do PSDB.“Segundo Abel, Vedoin teria dito que poderia, com esses documentos, fazer oscilar em cinco pontos qualquer eleição e que, nos próximos dias, daria uma entrevista a uma revista onde demonstraria o poder de fogo dos documentos”, disse o advogado.Abel Pereira terminou seu depoimento na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Cuiabá (MT). Ele é suspeito de ter participado do esquema de compras de ambulâncias superfaturadas e desvio de dinheiro público, um esquema desmontado pela PF na Operação Sanguessuga.No depoimento que concedeu à PF, Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam (a empresa acusada de liderar o esquema), apontou Abel Pereira como intermediário na liberação de verbas no Ministério da Saúde durante a gestão de Barjas Negri, que no governo de Fernando Henrique Cardoso foi secretário-executivo de José Serra e depois ministro da Saúde.
Por Priscilla Mazenotti

sábado, 21 de outubro de 2006

Secretária de Estado estadunidense duvida das reais intenções norte-coreanas


MOSCOU (Reuters), 21 de outubro - A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, disse duvidar neste sábado de relatos afirmando que a Coréia do Norte havia prometido interromper seus testes nucleares.Notícias divulgadas na imprensa, na sexta-feira, alimentaram a esperança de que a tensão estivesse diminuindo. Segundo essas informações, o líder norte-coreano, Kim Jong-il, dissera esta semana ao enviado chinês Tang Jiaxuan que não tinha planos de realizar novos testes nucleares.Mas Rice se reuniu com Tang em Pequim na sexta-feira e disse aos jornalistas que o enviado chinês não havia obtido uma conquista diplomática deste porte em sua visita à Coréia do Norte."Tang não me disse que Kim Jong-il se desculpou pelo teste nem que ele afirmou que nunca faria um teste novamente", declarou Rice.A Rússia é a última parada no giro de cinco dias da secretária norte-americana, que tem como objetivo conseguir apoio a sanções econômicas e ao embargo de venda de armas aprovados pela ONU contra Pyongyang na semana passada em retaliação ao teste nuclear subterrâneo praticado em 9 de outubro.A secretária negou as notícias de que o líder norte-coreano havia se desculpado e dito estar arrependido. "Os chineses não disseram nada sobre um pedido de desculpas, numa exposição muito detalhada que fizeram a mim", afirmou Rice."Eu acredito que os norte-coreanos gostariam de ver uma escalada na tensão."Rice também disse ter dúvidas sobre a intenção de Pyongyang de voltar a participar das negociações multilaterais com seis países, congeladas por quase um ano. Kim Kye-gwan, principal negociador norte-coreano sobre a questão nuclear, havia dito antes a um canal de TV dos EUA que esta era a intenção da Coréia do Norte.A Coréia do Norte vem boicotando as negociações porque Washington acusa o país de falsificar dinheiro e impôs restrições às suas atividades financeiras internacionais. Rice disse que essas restrições continuarão a vigorar.Antes de deixar a China, Rice disse que o tom da Coréia do Norte ainda é beligerante.Por Sue Pleming

Comida de microondas é mais saudável


Muitas pessoas pensam que a radiação emitida pelo forno de microondas poderia tornar os alimentos preparados dentro dele menos saudáveis, e até com deficiência de nutrientes.
A realidade é exatamente oposta: estudos realizados pela Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, mostram que todas as outras formas de cozinhar alimentos roubam muito mais vitaminas que o forno de microondas.
Isto acontece porque o microondas usa menos calor e leva menos tempo para preparar os alimentos, além de permitir a cocção sem água. Desta forma, não destrói as vitaminas que são solúveis em água, como a B, a C e o ácido fólico, presentes em diversas verduras e legumes.
Por isso, a dica para uma refeição mais saudável e com vitaminas é manter seu brócolis, espinafre ou até mesmo a batata longe da panela cheia de água e do fogão.





quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Salão de São Paulo 2

Mitsubishi Full de rali

Porsche 911

Mercedes SL 500

Encontrados todos os corpos no Rio de Janeiro


RIO DE JANEIRO (Reuters), 19 de outubro - Os oito corpos dos mergulhadores que estavam presos na lancha Costa Azul, que bateu em um navio cargueiro na baía de Guanabara na terça-feira, já foram encontrados pelas equipes de resgate do Corpo de Bombeiros e da Capitania dos Portos.
Desde a tarde de quarta-feira, as equipes de salvamento trabalhavam para retirar os corpos do interior da embarcação, que está a 37 metros de profundidade. Os mergulhadores tiveram dificuldade para entrar nos compartimentos onde estavam os corpos das vítimas, devido ao mau tempo, ao mar agitado e à água turva da baía de Guanabara.
A Marinha abriu um inquérito para descobrir a causa do acidente, mas a hipótese mais provável é de falha humana. A lancha teria desrespeitado as normas de segurança de navegação.
"Não é indispensável, mas será importante a retirada da lancha do fundo do mar, para nós confirmarmos nossa suspeita", disse o capitão de mar-e-guerra Fernando Monteiro Dias.
O navio cargueiro, que tem bandeira de Bahamas e se chama Roko, está atracado na baía de Guanabara e só poderá deixar o local após a conclusão das investigações.
A barca Costa Azul transportava 12 mergulhadores que trabalhavam na construção do emissário submarino da Barra da Tijuca. Quatro dos tripulantes conseguiram nadar até a costa após a colisão

Salão de São Paulo





A sétima geração do Accord chega apenas em janeiro, mas já está exposta ao lado do modelo atual. O modelo para o Brasil será o mexicano, vendido também nos EUA e diferente do japonês, que a Honda vende na Europa. O motor de quatro cilindros passou de 2,3
para 2,4 litros e ganhou 10 cv, chegando a 160. As suspensões de braços sobrepostos foram aperfeiçoadas, a estrutura é mais rígida, o espaço interno cresceu (o entreeixos passa a 2,74 metros) e há uma transmissão automática de cinco marchas.

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Lula aumenta a vantagem sobre Alckmin

Datafolha mostra que vantagem de Lula sobe para 20 pontos
SÃO PAULO (Reuters), 17 de outubro - Faltando 12 dias para o segundo turno das eleições, o presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou fortemente sua vantagem sobre Geraldo Alckmin (PSDB), mostrou pesquisa do Datafolha, divulgada nesta terça-feira pela TV Globo.Considerando-se apenas os votos válidos - que excluem os brancos, nulos e, nas pesquisas, indecisos -, a vantagem passou de 12 para 20 pontos percentuais.Lula subiu de 56%, há uma semana, para 60%, enquanto Alckmin caiu de 44 para 40%. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.Pelas intenções totais de voto, a vantagem aumentou de 11 para 19 pontos percentuais. O petista cresceu de 51 para 57%, enquanto o tucano passou de 40 para 38%.Segundo os números divulgados pelo Jornal Nacional, os votos brancos e nulos somaram 3% e os indecisos também 3%.Apesar dos números adversos, os tucanos procuraram mostrar otimismo."Essa foi a última pesquisa negativa para nós. Teremos um outro cenário na semana que vem, pois voltamos para a TV, estamos no debate e começamos de novo a crescer", disse a jornalistas, em Brasília, o principal coordenador da campanha de Alckmin, senador Sergio Guerra (PSDB-PE).Segundo Guerra, levantamentos internos da campanha mostram crescimento da candidatura do tucano.Ao mesmo tempo, ao comemorar o resultado, Lula fez um apelo para que a militância não se acomode."Não se deixem entusiasmar pela pesquisa. Temos que ocupar cada rua, cada esquina, como hoje aqui no Rio, para fazer Lula presidente, (Sergio) Cabral (PMDB) governador", disse Lula em comício na Cinelândia, palco das mais tradicionais manifestações políticas do Rio de Janeiro.O Datafolha ouviu também os eleitores sobre o desempenho do governo.A avaliação ótima e boa passou de 49 para 51%, enquanto a ruim e péssima oscilou de 17 para 15%. A avaliação regular se manteve em 33%.O Datafolha ouviu 7.133 pessoas entre segunda e terça-feira, em 348 municípios do país.Por Alexandre Caverni e Vladimir Goitia

P2Ps na marca do pênalti


RIO DE JANEIRO (Reuters) - Responsável por cinco por cento dos downloads ilegais de músicas em todo o mundo, o Brasil está na mira de uma campanha global da indústria fonográfica contra a pirataria digital.
A campanha provocou a abertura das 20 primeiras ações judiciais contra internautas do país, por mau uso de redes P2P.
"Essas pessoas não são nossos clientes, eles estão roubando música. O que eles fazem não é diferente de entrar numa loja e roubar um CD", disse em coletiva de imprensa o presidente-executivo da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês), John Kennedy, no hotel Copacabana Palace.
A entidade afirma que os 20 brasileiros alvos dos processos são responsáveis cada um por disponibilizar na Web entre 3 mil e 5 mil músicas para download sem pagamentos de direitos autorais. Eles foram encontrados através das próprias redes de compartilhamentos de arquivos e não foram identificados pela IFPI.
Segundo a entidade, o internauta brasileiro que faz downloads ilegais de música pertence principalmente às classes A e B e tem entre 15 e 24 anos, o que levou os defensores dos direitos autorais a enfocar sua campanha na conscientização.
Pesquisa apresentada pela IFPI, em parceira com o instituto Ipsos, mostrou que mais de 1 bilhão de faixas de música foram baixadas ilegalmente no ano passado no Brasil.
Enquanto isso, desde 2000, o faturamento das gravadoras caiu quase pela metade. Em 2005, foram vendidos 55 milhões de CDs legítimos no país contra quase 75 milhões de CDs baixados ilegalmente -- numa média de 14 faixas por disco -- além de outros 40 milhões de piratas vendidos nas ruas.
"É muito difícil mudar a mentalidade das pessoas que já fazem os downloads ilegais. Onde realmente temos feito progresso é com os novos usuários de música digital", acrescentou Kennedy.
Com esses números, o Brasil foi escolhido pela IFPI para o lançamento de sua campanha mundial, na qual 8 mil processos judiciais foram abertos contra pessoas acusadas de pirataria online.
PROTESTO
A Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD) será responsável pela implantação da campanha no Brasil. Entre as medidas adotadas, o envio de mensagens instantâneas aos usuários das redes de compartilhamento (conhecidas como P2P) é uma das maiores apostas da entidade.
"O nosso objetivo propriamente não é processar as pessoas, mas mandar um avisos aos usuários ilegais", afirmou o diretor da ABPD, Paulo Rosa.
Do lado de fora, impedidos de entrarem na cerimônia do lançamento da campanha da IFPI, membros da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro entregaram um manifesto criticando as ações contra internautas brasileiros e propondo mudanças na lei de direitos autorais.
Os manifestantes afirmaram que essas mesmas ações em outros países não diminuíram o número de downloads ilegais e defenderam uma mudança no modelo de negócios, minimizando o papel das gravadoras em favor do repasse direto do consumidor para os artistas.
"A lei de direitos autorais brasileira é incompatível com os desenvolvimentos tecnológicos recentes. Nosso atual regime de direito autoral transforma qualquer usuário de Internet em um potencial criminoso e infrator de direitos", afirma o comunicado divulgado pelos manifestantes a jornalistas.
A aposta da indústria fonográfica é o crescimento dos sites legalizados de vendas de música, que têm contratos com as gravadoras. Esse mercado ainda é bastante incipiente no Brasil, e os próprios empresários vêem dificuldades em conquistar consumidores.
Para Felippe Llerena, sócio-diretor do "iMusica", maior empresa de venda de música online no Brasil, seria necessária uma grande campanha de incentivo para que os internautas aceitem pagar pelas músicas que atualmente conseguem gratuitamente.
"Não sabemos como fazer para essas pessoas simplesmente deixarem de baixar música de graça e pagar por elas. Acho que os artistas poderiam participar disso junto aos jovens, talvez essa seja a única maneira", disse Llerena à Reuters, acrescentando que o iMusica tem média de 25 mil canções vendidas por mês com custo entre 0,99 e 2,49 reais.

terça-feira, 17 de outubro de 2006

"Emoticons" personalizados


"Emoticons", ou ícones emocionais, são aquelas pequenas carinhas, tão populares em mensagens eletrônicas. Eles nasceram como simples caracteres expressando emoções. Os símbolos :>), por exemplo, significavam uma expressão alegre, enquanto ;>) era uma piscadela; hoje eles já possuem animação e até sons.
Mas pesquisadores da Universidade Bournemouth, Inglaterra, resolveram dar um toque mais pessoal aos emoticons e criaram um programa que transforma a própria face do usuário em um emoticon.
O programa contorce a imagem da face da pessoa, utilizando uma base de dados para associar características faciais com a emoção desejada. O resultado é um emoticon personalizado, construído a partir do rosto do próprio usuário.
A idéia é boa, mas os resultados ainda deixam a desejar quando comparados com os atuais emoticons animados. "[O programa] ainda não é perfeito, mas dá o recado e é muito conveniente," diz o pesquisador Anthony Boucouvalas, que criou o programa.
Nos testes, um grupo de 35 voluntários foi capaz de reconhecer corretamente as emoções desejadas em 60% dos casos. Boucouvalas acredita que esse escore é alto o suficiente para permitir o uso do programa em salas de bate-papo, onde o texto ajuda a reduzir as interpretações incorretas.
Os cientistas não divulgaram como pretendem disponibilizar o programa ou mesmo se ele será gratuito.

PDT neutro


RIO DE JANEIRO (Reuters), 16 de outubro - O PDT decidiu nesta segunda-feira ficar neutro no segundo turno da disputa presidencial, rejeitando o apoio ao presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin.
A decisão foi tomada em reunião do Diretório Nacional do partido, no Rio de Janeiro, com 128 votos favoráveis à neutralidade e 49 contrários a essa posição.
"O PDT é um partido independente, nenhum desses candidatos representa a nossa idéia, a nossa causa", disse o presidente do PDT, Carlos Lupi, após a reunião.O PDT disputou o primeiro turno da eleição presidencial com o senador Cristovam Buarque, que teve 2,64% dos votos válidos

O elemento 118


SÃO FRACISCO (Reuters), 16 de outubro - Cientistas norte-americanos e russos anunciaram nesta segunda-feira a descoberta de um elemento químico superpesado, o de número 118 na tabela periódica. Na verdade, foram detectados apenas três átomos, com duração de frações de segundo, ao longo de meses de experimentos.
A última descoberta de um elemento presente na natureza foi em 1925, mas desde então os cientistas tentam criar elementos ainda mais pesados em laboratório.
Nesta experiência, os cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, da Califórnia (EUA), e do Instituto Conjunto de Pesquisa Nuclear, de Dubna (Rússia), bombardearam átomos de califórnio com íons de cálcio para criar o elemento 118, o mais pesado já surgido em experimentos do gênero.
"Penso nisso como qualquer outra jornada a um novo lugar. Por que você quer ir à Lua? Por que quer subir o monte Everest?", comparou Nancy Stoyer, membro da equipe do Livermore. "Descobrir algo novo é interessante. Descobrir experimentalmente ajuda os teóricos a entenderem o que realmente funciona na sua teoria e lhes dá mais coisas para procurar."
O primeiro átomo do elemento 118, segundo os cientistas, foi obtido em 2002. Outros dois surgiram em 2005, numa segunda rodada de experiências, quando foram lançados 10 elevado a 19 (o número 1 seguido por 19 zeros) íons de cálcio sobre o califórnio.
Esses átomos do elemento 118 - batizado de ununócio - duraram 0,9 milisegundos.
Em 2002, cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, também da Califórnia, anunciaram a descoberta do elemento 188, mas posteriormente foi demonstrado que isso era uma fraude.
"Selecionamos uma reação nuclear completamente diferente, realizada com pessoas completamente diferentes em diferentes laboratórios", disse Ken Moody, chefe da equipe do Livermore, a jornalistas. "Tudo que fazemos é checado e re-checado."
Os últimos elementos descobertos, o 113 e o 115, foram anunciados em 2004.
O grupo que achou o 118 agora quer encontrar o elemento 120, de modo que os estudantes de químico talvez tenham de substituir novamente suas tabelas periódicas no futuro.
Reportagem de Adam Tanner

domingo, 15 de outubro de 2006

CAVALEIROS DO ZODÍACO !


Quem é fã do desenho, e estava com saudade, não pode perder. O desenho está sendo transmitido pelo portal: www.playtv.com.br , às sete da noite e todos os dias. Já está na saga de Asgard. Não percam.

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

risos!!!

O discreto milionário do YouTube

Jawed Karim, 27 anos, circula de jeans e camisa pólo. Seu sonho mesmo é ser professor de Stanford

Para Jawed Karim, os US$ 100 mil que ele precisa desembolsar para obter um título de mestre na Universidade de Standford nunca comprometeram seu saldo bancário. Ele deu a sorte grande em 2002 quando a PayPal, uma companhia de pagamento eletrônico à qual ele havia se juntado há pouco tempo, foi comprada pelo eBay, site de leilões eletrônicos na internet.

Na segunda-feira, já adiantado para seus estudos do segundo semestre na universidade, ele teve sorte novamente. Desta vez, tanta sorte como se tivesse acertado numa loteria federal.

Karim é um dos três fundadores do site de vídeos YouTube, que o Google concordou em comprar por US$ 1,6 bilhão. Ele estava presente durante a criação do YouTube, contribuindo com algumas idéias-chaves sobre um site em que os usuários poderiam compartilhar vídeos. Para ele, no entanto, a academia tinha mais atrativos do que transformar aquela idéia em um negócio.

Enquanto seus parceiros Chad Hurley e Steven Chen construíram a companhia e se tornaram celebridades na mídia e internet, ele silenciosamente voltou para a sala de aula, batalhando para conquistar a sua graduação em Ciências da Computação.

Karim, de 27 anos, ficou desconfortável quando o assunto foi para a questão de dinheiro, e ele diz que não sabia o que faria quando a oferta realizada pelo Google fosse completada. Disse apenas que é um dos maiores acionistas individuais da companhia, mas tem uma fatia menor da empresa que seus dois colegas, cujas partes estão estimadas em cerca de US$ 300 milhões cada. Mas o acordo foi tão fabuloso, afirma, que sua parcela mesmo assim ficou grande. 'O tamanho da oferta para a aquisição torna quase irrelevantes estes detalhes', diz Karim.

Na quarta-feira, durante uma caminhada pelo campus, numa visita ao seu dormitório e ao edifício de Ciências da Computação onde ele tem aulas, Karim descreveu a si mesmo como um nerd que se anima com os estudos. Nada em seu quarto sugere que ele é algo além de um estudante comum. No campus, ele não chama atenção, usando jeans, uma camisa pólo azul e tênis da Puma.

Karim diz que talvez continue com um pé no empreendedorismo, pois sonha em ter impacto no modo como as pessoas utilizam a internet - algo que ele já fez. A filantropia também pode ter algum apelo, mas o que ele mais quer mesmo é ser professor. Ele diz que espera seguir os passos de outros acadêmicos de Stanford, que ficaram ricos no Vale do Silício e depois retornaram. 'Existem alguns bilionários neste prédio', diz. Mas seu caminho não está ainda totalmente planejado. 'Se eu ver uma outra oportunidade como o YouTube, eu sempre poderei fazer parte.'

David Dill, professor de Stanford, acha a escolha de Karim fora do comum. 'Estou impressionado que, mesmo com o sucesso nos negócios, ele tenha decidido seguir um programa de mestrado aqui.'

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Plano de vôo confirma que piloto do Legacy errou, afirma a polícia



O plano de vôo do jatinho Legacy previa que o avião voasse a 37 mil pés (cerca de 12 km de altura) de São José dos Campos (SP) a Brasília, baixasse a 36 mil pés, após passar por essa cidade, e subisse a 38 mil a partir de um ponto da carta de aviação chamado Teres. Esse ponto fica a menos de 15 minutos, na velocidade do avião, do local onde houve a colisão entre Legacy e o avião da Gol.

As informações são do delegado da Polícia Civil Luciano Inácio da Silva, que conduz as investigações na esfera estadual em Cuiabá (MT). Há também um inquérito aberto pela Polícia Federal em Mato Grosso. Silva recebeu no sábado, da Embraer, fabricante do jatinho, o plano de vôo. Segundo o delegado, o documento mostra contradições com os depoimentos do piloto Joseph Lepore, 42, e do co-piloto Jan Paul Paladino, 34, prestados à Polícia Civil logo após o acidente.

Os dois disseram que mantiveram uma altitude de 37 mil pés, seguindo à risca o plano de vôo. Silva diz que o plano não previa a manutenção da altitude. Seu próximo passo nas investigações será ouvir os controladores de vôo. Ele também afirmou que tomará novo depoimento de Lepore e Paladino para esclarecer as contradições. Conforme o delegado, mesmo com o plano de vôo prevendo a subida a 38 mil pés, o piloto não poderia passar a essa altitude sem antes pedir autorização dos controladores de vôo. O piloto disse que a aeronave perdeu contato com os controladores de vôo.

Ontem Silva entregou o plano de vôo ao delegado federal Renato Sayão. Silva disse que fez um acordo com Sayão para manter uma mesma linha de investigação. Até a Justiça Estadual decidir, a Civil mantém o inquérito, embora o diretor-geral, Romel Luiz dos Santos, entenda que o crime envolvendo aeronaves seja federal.

Sayão deve conduzir o inquérito em Brasília. Segundo ele, a PF tem autonomia para ouvir os controladores de vôo, ou seja, não depende de autorização da Aeronáutica.

O piloto e o co-piloto do jatinho já deram duas versões divergentes para as razões do acidente. Nos depoimentos que prestaram à Polícia Civil de Mato Grosso, na madrugada do último dia 2, disseram que subiram a 37 mil pés logo que deixaram o aeroporto de São José dos Campos e mantiveram essa altitude até a colisão, já no espaço aéreo de Mato Grosso.

Lepore e Paladino afirmaram que em nenhum momento desviaram dos parâmetros do plano de vôo (como altitude e aerovia selecionada) que havia sido definido pela Embraer, fornecedora do jatinho.

Na semana passada, o advogado contratado para defender os tripulantes do jatinho no Brasil, José Carlos Dias, deu uma justificativa diferente. Segundo ele, os tripulantes não se sentiram autorizados a mudar a altitude após várias tentativas sem sucesso de entrar em contato com o centro de controle aéreo de Brasília.

Lepore e Paladino disseram aos diretores da ExcelAire (proprietária do jatinho) que as práticas aeronáuticas nos Estados Unidos proíbem mudança de altitude sem conhecimento do controle de radares.

Risadas engraçadas!!

Reportagem sobre o vôo da Gol

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Raimond Chavez faz performance nesta terça após seminário

Nesta terça, 10, o artista Raimond Chaves faz
realiza uma performance/conversa intitulada "El Toque Criollo", logo após o encerramento do Seminário "Trocas".
Raimond Chaves vai expor capas de discos e, através delas e de músicas, falar da história social da América Latina. Ao final, o artista responde a perguntas do público.
Não há inscrição e os interessados deverão assinar uma lista de chegada e receber então um adesivo que lhes dará direito de entrar no auditório para o evento.

Muitos herdeiros, fortuna pouca

Em 2 de julho de 1948, Monteiro Lobato concedia sua mais conhecida entrevista à Rádio Record. Entre irônico e um tanto reticente, Lobato lamentava apenas um fato de sua atribulada vida: "as crianças me condenam por uma coisa: que eu escrevi pouco para elas, que poderia ter escrito muito mais. Eu creio que sim. Perdi tempo escrevendo para gente grande, que é uma coisa que não vale a pena." Dois dias depois, Lobato morria de um derrame e essa sua fala derradeira, como se tivesse sido um testamento, deixou como herança um legado a quem o sucedesse - investir o próprio espírito, assim como ele o havia feito, na literatura infantil.
Passados quase 60 anos, são muitos os herdeiros de Lobato. Não há quem não o reconheça como o ancestral mais importante da produção de livros para crianças. Patriarca, influência, desbravador. A herança de Monteiro Lobato, por um lado, amplificou-se. Por outro, parece ter-se pulverizado no mercado editorial de livros infantis, cada vez mais rentável, mais produtivo e mais competitivo.
No tempo de Lobato, havia ele mesmo e uns tantos outros autores de literatura infanto-juvenil. Hoje, os livros proliferam nas prateleiras das livrarias, assim como escritores de obras para crianças. Guto Lins é um autor dessa geração pós-lobatiana, herdeiro e continuador de seu trabalho. Escreveu quase duas dezenas de livros infantis, ilustrou tantos outros e é reconhecido como um dos designers gráficos mais competentes do segmento - autor do livro Literatura infantil? - Projeto gráfico, metodologia, subjetividade, lançado em 2002 pela Editora Rosari - e professor de Design para Literatura Infantil na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Lins avalia o crescimento das demandas por livros dedicados às crianças a partir de três causas, bastante contemporâneas: o reconhecimento da criança como público-alvo do mercado da cultura, o desenvolvimento do parque gráfico brasileiro e a revisão pedagógica do papel da leitura e da própria criança. "A leitura do que seja uma criança também evoluiu muito nas últimas décadas. E o mercado editorial acompanhou essa evolução", afirma Guto Lins.
De fato, entre algumas oscilações, as editoras brasileiras encontraram no segmento infantil um mercado bastante lucrativo. Em alguns casos, a operação de todos os outros lançamentos é financiada pelo lucro dos livros dedicados às crianças. Dados da Câmara Brasileira do Livro (CBL) indicam que, entre 1994 e 2005, a média de livros infanto-juvenis lançados anualmente foi de 8,2 mil títulos e 44,6 milhões de exemplares. Em 1998, o número de títulos chegou a 14.500 e o pico de impressão aconteceu em 2002, quando as editoras despejaram 85,8 milhões de exemplares para consumo.
"A gente só entende a solidariedade se conhece a crueldade. Acho que é possível discutir com crianças assuntos que, talvez, para os adultos sejam polêmicos demais." Fernando Bonassi, autor
A euforia evidente esconde, no entanto, aspectos pouco discutidos no mercado de livros infantis: onde estão os autores, quem são e qual é a interface entre esse mercado e uma literatura que seja, de fato, articulada com os princípios estéticos e artísticos. A crítica literária Nelly Novaes Coelho, especializada em literatura infanto-juvenil, afirma que essa questão é central no debate sobre a função e qualidade desse gênero, atualmente. Professora da Universidade de São Paulo (USP) e autora do Dicionário crítico de literatura infantil / juvenil brasileira (Edusp), Nelly lembra que "toda criação literária, para chegar ao leitor, precisa transformar-se em produto comercial. E, como produto, todos parecem iguais", ressaltando que cabe às "grandes e sérias" editoras estabelecer critérios honestos de publicação. Ela ressalta que os livros infantis devem apresentar as questões mais prementes do homem na pós-modernidade: "Quem sou eu? O que estou fazendo no mundo? Qual a minha tarefa? Quem é o outro?", entre tantos questionamentos. No entanto, nem sempre isso é alcançado pela atual produção, critica a professora. "Nem tudo que existe caudalosamente no mercado editorial é literatura autêntica", afirma a professora ao recordar de um período de ouro da literatura infantil no país, entre os anos de 1970 e 80, quando viu surgir nomes da envergadura de Ruth Rocha, Mary e Eliardo França, Mirna Pinsky, Gian Calvi, Ruth Rocha e Ana Maria Machado, ícones de uma geração de autores dedicados à literatura infantil. "Naquele momento, a literatura acertou o passo com o mundo em transformação à sua volta. Surgiu uma literatura autêntica, sintonizada com as interrogações atuais, ainda em aberto", relembra Nelly.
Uma das integrantes daquela geração, Eva Furnari - ganhadora do prêmio Jabuti de Melhor Ilustração e da terceira colocação na categoria Livro Infanto-Juvenil, nesse ano, com o livro Cacoete (Ática) - começou a escrever e produzir livros infantis ainda na década de 1970 e já nos anos de 1980 era reconhecida como portadora de um discurso novo no gênero. Eva Furnari entende que, apesar do espantoso crescimento desse mercado, o livro infantil deve comportar-se como "um espaço de reflexão, no qual se condensa e transmite certas mensagens da experiência humana, não como um conselho didático, mas como reflexões sobre nossos conflitos e questões" e que a falta de qualidade em alguns títulos atualmente disponíveis se dá pela "especialização e desenvolvimento da sociedade de consumo", quando se descobriu "a criança como uma grande fatia do mercado consumidor, onde estão inseridos os livros". "É importante oferecer à criança um produto de mais qualidade estética, menos estereotipada", recomenda.
Contemporânea de Eva e igualmente premiada, Ana Maria Machado, em palestra do 2º Encontro de Formação de Leitores e Literatura Infantil, realizado em São Paulo nos dias 1 e 2 de setembro, afirmou que muito da discussão sobre a leitura se concentra na sua importância, e em uma espécie de utilitarismo dessa experiência. "A literatura é um passeio, não uma expedição comercial interessada em obter vantagens, cuja importância possa ser medida em termos utilitários para o consumo", criticou Ana Maria.
"A criança, hoje, tem um acesso restrito à arte. E o livro infantil é uma possibilidade de acesso a essa introdução artística. Os bons livros, naturalmente."
Eva Furnari, autora e ilustradora
Além de terem se transformado em objetos de consumo, os livros infantis são, ainda, eficientes ferramentas ideológicas, de educação - no bom e no mal sentido - das crianças. A essa expectativa, a de que a literatura serve para ensinar conteúdos morais, soma-se um componente que interfere diretamente no ofício do autor: muito mais que um inventor, torna-se reprodutor de um discurso que se afasta da função libertadora da literatura. "Acho insuportável essa produção de coisas edificantes. Justamente porque afasta o leitor, ele não se identifica com tanta retidão", critica Fernando Bonassi, autor de O pequeno fascista (CosacNaify), entre outros. Este livro provocou uma positiva ressonância quando foi lançado, justamente porque seu protagonista, um menino que dá nome ao livro, é o oposto daquilo que se espera das personagens da literatura dedicada às crianças. "É preciso defender a liberdade antes de defender a retidão. As pessoas precisam escolher o que é bom e não serem forçadas a escolher. A experiência da vida é muito dura. As crianças já sabem disso. Parece que só as editoras não sabem", explica Bonassi, ao justificar os temas e a abordagem de sua literatura, uma exceção entre a produção de seus colegas autores.
O critério, muitas vezes, não é mais o estético. Há, além do mercado, uma outra força de influência na produção: o governo federal, maior comprador de livros infanto-juvenis no Brasil. "O governo tem uma influência muito forte", avalia a autora e ilustradora pernambucana Rosinha Campos, "se por um lado a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) é fundamental porque orientou alguns princípios, por outro, a lei está dirigindo a produção da literatura infantil a partir desses mesmos princípios". Essa influência do governo não existe à toa: os números revelam que o investimento público na compra de livros para crianças e adolescentes, entre os anos de 1998 e 2005, ultrapassa os R$ 273 milhões. Algumas editoras de livros didáticos e paradidáticos sobrevivem exclusivamente do investimento público. Esta estrutura alterou o paradigma da produção: "Antes, os autores eram senhores do que seria publicado; hoje, o autor foi substituído pelas editoras. É como se ele tivesse perdido a força", lamenta Rosinha, que também atua na formação de novos leitores, atendendo a demanda de professores que desejam inserir a literatura no seu cotidiano escolar. "Uma hora esse mercado vai explodir, porque não há leitores para tantos títulos", prevê Rosinha.

domingo, 8 de outubro de 2006

Paparazzo de Cicarelli cobra "ética" da mídia

Parece brincadeira, mas quem anda reclamando da ética da imprensa por causa do polêmico vídeo de Daniela Cicarelli e seu namorado em uma praia espanhola é o paparazzo espanhol Miguel Temprano, 42, autor da filmagem.
Para muitos, ele é o vilão que estragou o que seria um dia de paixão explícita na praia de Tarifa, sul da Espanha, perto do Estreito de Gibraltar.
O paparazzo se diz desgostoso com a falta de ética dos meios brasileiros que "não pagaram pelo que exibiram".
Enquanto Daniela Cicarelli pediu que todos cuidassem de sua vida e a deixassem em paz (e anuncia processos milionários), Temprano se sente injustiçado e também pretende ganhar seu dinheirinho.
"Estou muito bravo com os meios de comunicação brasileiros, que não agiram eticamente", disse Temprano à Folha, de Madri, onde vive. "Aquelas imagens são fruto de muito suor, de trabalho honrado. Não pagaram por essas imagens, isso é roubo!"
Temprano acusa a mídia brasileira de "pirataria". Sobram também ataques ao YouTube. Como os barões da música que atacavam o MP3, o fotógrafo diz que o YouTube é "100% ilegal". "Eles usam as imagens sem nenhum copyright. Vou denunciá-los, eles terão que me pagar direitos de autor."
Temprano se recusa a falar do dia em que filmou Cicarelli, da ética do seu trabalho ou mesmo de detalhes mais picantes. "Não posso falar enquanto não for pago." Como não é de ferro, diz que "dará uma entrevista superdivertida" a quem pagar pelas fotos. Não admite ser confundido com um vigarista. "Não sou um paparazzo qualquer, sou formado, tenho diploma, sou jornalista!"
Uma colega do fotógrafo não resistiu e conta mais detalhes sobre o episódio. "Temprano ficou na praia vários dias. Ele já tinha feito imagens dela e até perguntado para a Cicarelli o nome de seu novo namorado. Ela sabia que tinha paparazzi lá", revela Gema López, uma das fofoqueiras mais famosas da Espanha, apresentadora do programa "Donde Estás, Corazón", sobre celebridades.
Para Gema, Cicarelli foi "imprudente". "Ela estava em uma praia pública, freqüentada por fotógrafos, e ainda assim ficou no "toqueteo"."
"O nome dela na Espanha sempre esteve ligado a escândalo. Primeiro aquele casamento ostentoso, que não foi bem um casamento. Depois, aquela separação. E agora o showzinho na praia", conta.

Tudo pelo social
Para mostrar que é um paparazzo de bom coração, Temprano diz que seus futuros processos contra a imprensa brasileira não são movidos por sede de mais dinheiro.
"Ganho muito aqui na Espanha, vivo bem." Ele promete doar tudo que receber dos seus direitos de imagem a uma organização não-governamental. "Podem escolher alguma ligada à Amazônia, às crianças das favelas, aos ianomâmis. Não quero deixar o dinheiro para as multinacionais, ou para engravatados dos meios de comunicação." Justiça de paparazzi.

Conflito sectário paralisa a vida dos jovens iraquianos

Em uma sala de estar mal iluminada no centro de Bagdá, Noor é um solitário prisioneiro adolescente. Muitos de seus amigos deixaram o país e alguns que permaneceram adquiriram novos hábitos estranhos: um xiita posa como se tivesse virtude superior, um sunita ingressou em uma gangue armada.

Aos 19 anos, Noor não está trabalhando e nem está na faculdade. Ele nem mesmo pode sair de casa.

Três anos e meio após a invasão americana, a violência implacável que desfigurou grande parte da sociedade iraquiana está atingindo os jovens iraquianos de novas formas. Jovens de cinco bairros diferentes de Bagdá disseram que suas vidas encolheram ao tamanho de seus quartos e que seus sonhos foram praticamente abandonados. A vida é vivida em momentos. Não é mais possível fazer planos.

"Eu não posso sair, não posso ir à faculdade", disse Noor, sentado na cozinha aguardando o chá ferver. "Não importa se me matarem, porque já estou morto."

As forças armadas americanas estão tentando tratar do problema. Em agosto, elas iniciaram a mais sistemática série de varreduras em Bagdá desde o início da guerra, tentando tornar seguros os bairros mais perigosos para um retorno à normalidade. Isto parece estar surtindo algum efeito, com uma queda de 17% nas mortes em agosto em comparação a julho, segundo um relatório da ONU baseado nas estatísticas do necrotério.

Mas a violência entre as seitas continua aqui em ritmo frenético, eliminando cada vez mais o meio termo que resta. Os jovens iraquianos que tentam resistir à sua influência estão paralisados em um presente impossível, sem nenhum bom futuro à vista.

A velocidade de tal queda tem sido de tirar o fôlego. Há poucos meses, Noor estava realizando seus exames finais, discutindo com seu irmão mais novo e saindo com seus amigos. Mas a violência tocou a família. O sócio de seu pai foi morto em uma estrada no deserto, longe de Bagdá, por ser um xiita, e as coisas começaram a desandar.

Temendo que o homem pudesse ter divulgado detalhes sobre eles, os pais de Noor aceleraram seus planos para Noor e seu irmão mais novo deixarem o Iraque. Seu irmão foi enviado para a segurança do norte do Iraque, mas Noor foi forçado a voltar depois que as autoridades britânicas rejeitaram seu pedido de visto de estudante.

Desde que voltou, ele passa a maior parte de seu tempo no computador na sala de estar, escutando os sons da vida além de seu portão. Ele quer se matricular em uma faculdade daqui e até mesmo fez com que um amigo lhe enviasse escondido um requerimento de matrícula, mas seus pais não permitem que ele saia. Os campi são ambientes mistos voláteis de seitas e etnias e as mortes de estudantes por motivos sectários não são mais raras.

Antes da epidemia de assassinatos no bairro ter começado no ano passado, era raro um iraquiano de classe média que conhecesse alguém envolvido em morte sectária. Mas à medida que mortes se disseminaram, porções maiores da população se radicalizaram.

Para Noor, um sunita secular que é de classe média, as mortes sectárias romperam seu círculo de amigos. Um amigo de Adhamiya, o centro árabe sunita de Bagdá, ingressou em uma milícia do bairro após o pai ter sido morto a tiros diante de sua casa. Noor ouviu por meio de amigos que ele armou uma bomba na estrada para matar soldados iraquianos.

"Ele odeia os xiitas porque mataram seu pai", disse Noor, falando inglês fluente. "Ele virou uma pessoa diferente. Ele virou um monstro."

É tal radicalização que mais assusta a mãe de Noor. Grande parte das vítimas e os perpetradores nos casos de mortes sectárias são jovens, e com poucos empregos e sem esperança de Justiça por meio do governo, gangues armadas e milícias são extremamente atraentes.

"Eu tenho medo que ele seja atraído por certas correntes", ela disse. "Há muita raiva."

Alguns poucos amigos xiitas de Noor sentem uma nova paixão por sua identidade e agora ele sente dificuldade de se relacionar com eles.

"Eles mudaram", ele disse. "Eles falam muito sobre identidade."

"Não posso contar a eles o que realmente sinto. Eu sinto que algo ruim pode vir da parte deles."

Há cerca de um ano, a maioria dos iraquianos rejeitava o temor de uma guerra sectária. Eles argumentavam que iraquianos de seitas diferentes sempre conviveram e nenhuma quantidade de bombas mudaria aquilo. Mas após a mudança do estilo da violência, de carros-bomba espetaculares, armados pelos sunitas, para assassinatos silencioso em bairros de ambas as seitas, poucos ainda mantêm tal crença.

Outro jovem, Safe, 21 anos, monta guarda com uma metralhadora três noites por semana para proteger seu quarteirão no devastado bairro de Dora. Sendo sunita, ele teme os esquadrões da morte e policiais xiitas. Sete de seus amigos foram detidos e espancados. Ele já atendeu mais de uma dúzia de funerais de sunitas assassinados nos últimos meses.

"O sectarismo entrou em nossa vida por todas as portas", ele disse.

"Eu tenho medo destes postos de controle. Eles dizem que é apenas por cinco minutos, mas mantêm você por um mês."

A batalha constante deixou um gosto ruim em sua boca por xiitas que afirmam fortemente sua identidade. Ele se envolveu em uma briga com um estudante xiita na escola de medicina onde estuda. Seu campus fica no leste de Bagdá altamente xiita. Um professor se referiu aos poderes de cura de um imã xiita durante uma aula de psicologia nesta ano, para fúria dos estudantes sunitas. Ele até mesmo considera irritante as jóias xiitas, os anéis de prata com pedras arredondadas.

"Quando as vejo eu tenho vontade de vomitar", disse Safe, se referindo aos xiitas chauvinistas.

Dora, um bairro de classe média antes misto, se tornou um dos mais letais para os xiitas nos últimos dois anos. Moradores xiitas relatam mortes brutais por ofensas como colocar cartazes de santos xiitas em lojas. Agora poucos xiitas permanecem no bairro.

Safe reconheceu que os xiitas se tornaram alvo, mas disse que os rebeldes apenas perseguiam aqueles que trabalhavam para os americanos. Outros xiitas receberam ameaças por espionar nas mesquitas, ele disse.

(Ele já trabalhou em uma base americana por dois meses, logo após a invasão, mas não recebeu uma ameaça porque aqueles que as faziam o conheciam, ele disse.)

O pai de Safe morreu quando ele era pequeno e sua mãe morreu de câncer no ano passado. O grupo de vigilância de seu bairro o ajuda a ter um senso de propósito, de se sentir conectado, em um momento em que os jovens iraquianos estão mais isolados do que nunca.

"Se algo acontecer, nós todos enfrentaremos juntos", ele disse.

Apesar de servirem como novas redes sociais úteis, os grupos são praticamente baseados em identidade sectária, ajudando a reforçar distritos cada vez mais homogêneos. Safe não tem parentes xiitas e nenhum plano de se casar. Mesmo se o fizer, ele nunca aceitaria uma xiita, ele disse.

Enquanto Bagdá se torna cada vez mais dividida em um leste xiita e um oeste sunita separados pelo Rio Tigre, a vida no bairro está se tornando igualmente homogênea para jovens xiitas.

Toda manhã, Ali Wahid, 27 anos, dirige sua moto até além do empoeirado campo de futebol no maior distrito xiita da capital, Sadr City, para trabalhar no sudeste de Bagdá. Ele se agarra firmemente ao seu emprego, um projeto de abastecimento de água que faz parte do esforço americano aqui, mas nunca concorda em ir a oeste do Tigre, onde bairros sunitas são mortais para os xiitas. Um amigo, Hamza Daraji, que realiza vários bicos em Sadr City, disse que ele não sai do distrito há dois anos.

Wahid, sentado de perna cruzada no chão de seu modesto sobrado, disse que sua vida melhorou desde a invasão. Seu emprego lhe permitiu pagar as dívidas, comprar uma casa em conjunto com seus irmãos e até mesmo bancar um casamento. Há menos sunitas em sua vida agora do que quando Saddam Hussein governava. De certa forma, as relações naquela época eram mais fáceis, ele disse, porque como classe governante, os sunitas dificilmente atacavam.

"Antes eu podia contar piadas de Saddam para sunitas", ele disse. "Agora se eu falar contra ele, tenho medo que possam me fazer algum mal posteriormente, de alguma forma velada."

A escola de ensino médio Sharqiya, no centro de Bagdá, iniciou o dia com uma oração na quinta-feira. O novo diretor da escola, um religioso xiita, adotou o passo incomum de dizer a todas as estudantes, várias centenas de meninas, que "a primeira forma que saudamos a bandeira iraquiana é fazendo orações para Muhammad e sua família", se referindo ao profeta Maomé e seus parentes, que os xiitas consideram santos. Três cristãs armênias hastearam a bandeira.

"Nós nos sentimos desesperados, desesperados, desesperados", disse Sena Hussein, uma diretora assistente cuja filha estuda na escola. A escola, antes conhecida na cidade por seu time de basquete, não mais promove esportes após as aulas, já que os pais consideram arriscado demais. Os troféus em uma estante de vidro empoeirada ficam próximos da sala do diretor. Até mesmo as matrículas diminuíram. A escola costumava receber 150 novos alunos por ano. Neste ano foram cerca de 60.

As perspectivas de ensino superior para mulheres na capital também diminuíram.

Sara, uma graciosa aluna do último ano com inglês perfeito e apenas notas A, não será autorizada por seus pais a ir para a faculdade no Iraque, por temor de ser morta por motivos sectários a caminho dos campi ou neles. Tal cautela reduzirá a mistura de jovens iraquianos dos sexos masculino e feminino, já que a faculdade representa a primeira chance de se misturarem. Há separação dos sexos nos colégios iraquianos.

O futuro está totalmente incerto para mim agora", ela disse no pátio da escola enquanto meninas conversavam atrás dela, limpando as salas de aula. "Eu não sei o que aconteceria comigo na faculdade. Eu poderia ser morta."

Em uma conversa posterior em seu celular, após o jantar do Ramadã, Sara disse que sua família está tentando deixar o país, mas que se não conseguirem sair, ela considerará seriamente se casar após o colégio. Sua mãe se casou aos 24 anos, após se formar em engenharia civil.

"A época dela foi diferente de milhares de formas", ela disse, com sua voz jovem repentinamente séria. "Eu tenho dificuldade para aceitar. Não há sonho para mim. Eu nem consigo pensar claramente."

Ela fez uma pausa e então disse o refrão familiar: "Eu realmente quero partir do Iraque".

Alonso vence o grande premio do japao em suzuka

O espanhol Fernando Alonso venceu o Grande Prêmio do Japão, disputado neste domingo em Suzuka, e está praticamente com o seu segundo título mundial assegurado. Contando com o abandono de Michael Schumacher, ele agora tem dez pontos de vantagem na classificação do mundial, além de se igualar com o alemão no número de vitórias na temporada, cada um com sete triunfos.

Schumacher abandonou na volta 36, logo depois de sua segunda parada nos boxes, quando era líder e tinha cerca de seis segundos de vantagem sobre o espanhol. Tudo indicava que o alemão conquistaria a sua oitava vitória no ano, depois de assumir a liderança na segunda volta da corrida, deixando o pole Felipe Massa para trás. Com uma tocada segura, em momento algum foi ameaçado até o momento em que foi traído pelo seu propulsor.

Massa comboiou o seu companheiro de equipe até a volta 13, quando fez sua primeira parada nos boxes, que foi antecipada devido a um pneu que perdia pressão. O problema custou caro para o brasileiro, que ficou preso atrás do BMW de Nick Heidfeld e permitiu que Alonso assumisse o segundo lugar. Massa terminou em segundo e, assim, recuperou a terceira posição na tabela de classificação, um ponto à frente de Giancarlo Fisichella, da Renault, que fechou a etapa japonesa em terceiro.

O quarto lugar ficou com o inglês Jenson Button, que mantém a boa fase, pontuando pela sexta corrida consecutiva. Já seu companheiro de equipe, o brasileiro Rubens Barrichello, não teve sorte. Depois de se envolver em um toque logo na primeira volta, foi obrigado a fazer uma parada nos boxes para substituir o bico do carro ao final da primeira volta e terminou a corrida apenas em 12º.

Atrás de Button ficou o finlandês Kimi Raikkonen, da McLaren, que fez uma boa corrida de recuperação após largar em 11º, seguido dos dois carros da Toyota, com Jarno Trulli em sexto e Ralf Schumacher em sétimo. O ponto derradeiro da corrida ficou com o alemão Nick Heidfeld, que venceu a briga particular com seu companheiro de BMW, o polonês Robert Kubica.

  • Após o domínio dos pneus Bridgestone nos treinos, nem Alonso parecia acreditar em sua vitória, vibrando muito com a conquista. Não é para menos. Para garantir o título matematicamente, ele depende apenas de um oitavo lugar em Interlagos.

sábado, 7 de outubro de 2006

vôo 1907 da gol

Os corpos de mais 52 pessoas mortas na queda do vôo 1907 da Gol em uma região de mata fechada do Mato Grosso foram catalogados neste sábado. Destes, 27 estão pré-identificados. Dois deles são os de Pedro Henrique Garcia, 3, e do piloto Décio Chaves Junior, 44. Os corpos estão na base da FAB (Força Aérea Brasileira) na fazenda Jarinã e deverão ser transportados para o Instituto de Identificação do Distrito Federal até domingo (8).

Segundo o próprio Instituto de Identificação, os peritos que trabalham na fazenda conseguiram confirmar a identidade da criança depois de comparar as impressões digitais colhidas com as encontradas no passaporte dela, que estava entre os destroços. Ela é a primeira das cinco crianças mortas no acidente a ser identificada.

Neste sábado, o ministro da Defesa, Waldir Pires, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, sobrevoaram e visitaram a região do desastre. Também neste sábado, o Exército enviou 80 integrantes do 1º Batalhão de Infantaria de Selva sediado em Manaus (AM) para dar apoio à operação de resgate das vítimas.

O acidente é considerado o maior da história aeronáutica brasileira. O Boeing da Gol caiu depois de bater no ar contra um Legacy da empresa de táxi aéreo norte-americana ExcelAire. Os dois voavam na mesma altura --a 37 mil pés (cerca de 11,2 km)-- quando ocorreu a colisão. De acordo com o plano de vôo, o Legacy deveria estar a 36 mil pés naquele momento.

O Legacy conseguiu pousar após o choque e nenhum de seus ocupantes ficou ferido, mas o Boeing caiu na mata e seus 154 ocupantes morreram. Para chegar aos destroços da aeronave, os militares precisaram descer em rapel e abrir uma clareira para descer em pára-quedas. Na sexta-feira (6), eles tiveram que raspar o cabelo devido a uma infestação de piolhos. Não há previsão para o término dos resgates.

O acidente está sendo investigado por uma comissão integrada por autoridades brasileiras e norte-americanas do setor, conforme a legislação aeronáutica internacional.

Processo de identificação

Depois de serem localizados entre os destroços do avião, os corpos são levados para a base da FAB na fazenda Jarinã, onde são catalogados e têm as impressões digitais coletadas. Os dados preliminares são enviados por e-mail para o Instituto de Identificação de Brasília, subordinado à Polícia Civil, que inicia o confrontamento de dados.

Os corpos são mantidos em baixas temperaturas antes de serem transportados pela FAB para Brasília.

Quando não podem ser reconhecidos pelas impressões digitais, eles são encaminhados ao Instituto de Pesquisas de DNA, também da Polícia Civil, que realiza os exames com base em amostras de sangue coletadas de familiares dos mortos.

Uma vez identificados, os corpos são remetidos ao IML (Instituto Médico Legal), que faz outros exames e os libera para as famílias. No total, até este sábado, de acordo com a FAB, 35 corpos haviam sido liberados pelo IML, mas 58 haviam sido enviados a Brasília.

34 MEMBROS DA AL QAEDA MORTOS POR GRUPO TRIBAL IRAQUIANO

Uma aliança tribal que combate os membros da rede terrorista Al-Qaeda na província ocidental iraquiana de Al-Anbar anunciou, neste sábado, ter matado 34 rebeldes e recebeu uma felicitação do primeiro-ministro, Nuri al-Maliki.

Durante os últimos dez dias, os membros de um grupo tribal conhecido pelo nome de "Acorda, Anbar" perseguiu os integrantes da Al-Qaeda pelo deserto da província, com a aprovação do governo e o acordo tácito das forças americanas.

"Os membros das tribos mataram 34 rebeldes, a maioria estrangeiros, durante os últimos dias" explicou à AFP o chefe da tribo, Abu Richa, e o presidente do conselho tribal da província de Anbar, o xeque Abdel Sattar Baziya.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Evo faz lista negra de jornalistas

AP e REUTERS

A agência de notícias estatal da Bolívia ABI divulgou ontem uma lista com os nomes de jornalistas e proprietários de meios de comunicação que fazem oposição ao governo de Evo Morales. É mais um grave episódio da difícil relação entre o presidente e grande parte da imprensa boliviana. Da 'lista negra', distribuída pela agência a seus assinantes, constam os nomes de analistas e comentaristas de rádio, TV e jornais apontados como 'inimigos do governo'. Também se destacam os membros das famílias Monasterios e Kuljis, controladoras respectivamente das redes de TV Unitel e Red Uno.

A nota da ABI afirma que os jornalistas citados 'criticam as 'tentações totalitárias' de governos populares que enfrentam o império', numa referência aos EUA. A agência também critica um relatório da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) que alertou para 'inquietante sinais' de riscos à liberdade de informação na Bolívia. 'A SIP atua exatamente do modo como atua o governo americano contra países como Cuba, Venezuela e Bolívia', diz a agência.

Em seu mais recente relatório, divulgado no domingo, a SIP criticou o governo boliviano por estar criando sua própria rede de comunicações com o apoio financeiro do governo da Venezuela, do presidente Hugo Chávez, e também pelas pressões do Executivo contra meios de comunicação que não dão apoio a Evo.

Junto com a nota, a ABI publicou um estudo em que afirma que 'os jornais foram mais equilibrados do que as emissoras de rádio e TV durante a eleição de dezembro (vencida por Evo), mas, em suas páginas de opinião, destilaram seu racismo e ódio' contra o atual presidente.

Depois da divulgação da lista, o senador governista Antonio Peredo - um dos mais importantes dirigentes do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Evo - qualificou de 'barbaridade' o fato de o governo manter contratos de publicidade com empresas de comunicação que 'não são se dão ao respeito' e 'fazem o jogo da oposição'.

No domingo, após tomar conhecimento do relatório da SIP, Evo qualificou os jornalistas que o criticam de 'os piores inimigos do país'. Ontem, após uma partida de futebol na qual os funcionários do governo derrotaram uma equipe de jornalistas por 11 a 1, o presidente boliviano voltou à carga contra a entidade.

'Os números estão aí, vocês sabem quem são (os jornalistas que atacam o governo)', afirmou Evo. 'São principalmente analistas. Alguns comentaristas nos tratam como loucos ou ignorantes, e isso é grave. Talvez fosse bom a SIP se preocupar também com isso.'

Evo disse que se considera 'vítima' de jornalistas que não o respeitam como se deve respeitar um presidente. 'Até mesmo alguns jornalistas estrangeiros vêm aqui para me ofender.'

'Se algum jornalista boliviano for à Espanha ou a qualquer outro país e passar a ofender seus chefes de Estado ou de governo, sei que serão expulsos imediatamente', prosseguiu Evo. 'Aqui não expulsamos ninguém e agimos sempre com a maior das tolerâncias.'

O presidente boliviano acusa com freqüência os veículos de comunicação da Bolívia de defender os interesses de seus proprietários em vez de informar. Por isso, afirma, pretende criar uma rede de rádios comunitárias e camponesas - plano também contestado pela SIP - para divulgar o trabalho do governo.

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Que bandeira é esta?


Olhe bem esta bandeira. Preste bastante atenção. Sabe que bandeira é essa? Puxe pela sua memória e tente lembrar de onde ela é. Ela não é muito conhecida. Se a observar bem verá que será fácil descobrir. Este desafio não vale nada, aliás vale o prazer da descoberta. Deixe um comentário ou mande um correio eletrônico com a resposta. Em dois dias darei a resposta.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Desafio: controlar a droga antiagitação

Em três meses, triplicou na rede municipal de saúde de São José do Rio Preto (SP) o consumo de Ritalina (nome comercial do metilfenidato), medicamento utilizado no tratamento de crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O TDAH atinge de 3% a 6% das crianças em idade escolar e causa problemas como desatenção e impulsividade, razão pela qual pode levar a um baixo rendimento escolar.

Entre maio e agosto deste ano, a demanda por Ritalina em Rio Preto saltou de 4 mil para 12 mil comprimidos por mês, o que acabou alertando a Secretaria de Saúde do município. Apreensiva com o abuso do remédio, a secretaria estuda agora rever critérios, inspirada no exemplo paulistano.

A Secretaria de Saúde da capital elaborou um protocolo com orientações sobre diagnóstico e tratamento do TDAH para os médicos da rede municipal. O objetivo é evitar o consumo exagerado. O coordenador de saúde mental de São Paulo, Kalil Duailibi, explica que a Ritalina fará parte da cesta básica de remédios do município e estará disponível nas unidades de referência até o final do ano. “Mas fizemos o caminho oposto. Capacitamos as equipes de saúde para depois distribuir o remédio.”

Outro município do Estado não só fará o mesmo, como ampliará sua aplicação. Em Ribeirão Preto, a política será adotada para tratamento não apenas do TDAH, mas das principais doenças psiquiátricas.

REORIENTAÇÃO

O desafio de frear a onda da Ritalina em Rio Preto não será dos mais fáceis. Na fila da única neuropediatra da rede pública da cidade, mais de mil crianças aguardam por uma consulta.

“Observamos que a escola tem problemas com as crianças agitadas e encaminham para o neurologista”, diz a coordenadora de Saúde Mental do município, Denise Donida.

O neurologista do Ambulatório Regional de Especialidades (ARE) de São José do Rio Preto, Fábio de Nazaré Oliveira, lida quase diariamente com essa situação. “Existem crianças com o diagnóstico bem definido, mas que não necessitam do remédio”, explica, referindo-se aos casos mais leves de TDAH. Para essas crianças a psicoterapia é uma solução. Para ele a procura dos pais pelo medicamento é resultado de informações incorretas que os levam a depositar a esperança de melhora em um comprimido. “Casos leves acabam sendo medicados quando poderiam ser tratados de outras formas.”

USO ADEQUADO

Mas existem casos em que as outras formas de tratamento não são suficientes e o remédio comprova sua eficácia. Foi o que aconteceu com Willian Ferreira, de 9 anos, ha sete meses tomando Ritalina. Irrequieto e indisciplinado, em casa e na escola, é um caso bem definido de TDAH. “ Ele melhorou 100% depois que passou a tomar o remédio”, diz sua mãe, Fabiana Ferreira.

Apesar dos bons resultados do remédio, o tratamento não é isolado. Os pais de Willian freqüentam sessões semanais de psicoterapia com o garoto. “Agora ele se concentra, obedece e até pede para ler”, diz.