
Para os membros destas tribos, uma folha, uma flor, ou raíz são facilmente transformadas em acessórios e, depois, a decoração é enaltecida com pinturas corporais.

Eu já havia preparado links e anotações para um post sobre a judicialização do debate jornalístico no Brasil, dada a decisão da Revista Veja de processar o Luis Nassif. Nos domingos, em geral, dedico a tarde e a noite ao trabalho acadêmico, reservando um par de horas na madrugada para o post da segunda. Como já estava preparado o post, fui fazer uma das coisas que mais gosto: ver um bom jogo de futebol. Era a final da Taça Guanabara, entre Botafogo e Flamengo.
O Maracanã é, sim, o grande templo do futebol – que me desculpem os paulistas. A Taça Guanabara é o que chamamos, em outros estados, “primeiro turno”. Mas tem um charme e uma tradição incomparáveis. Esquentei uma carninha, abri uma Dos Equis Amber e fui ver a partida. Maraca lotado, jogo aberto, bonito: um sonho para qualquer fã de futebol.
Mais uma vez senti vergonha de ser brasileiro. O que foi feito com o Botafogo ontem no Maracanã é uma dessas coisas que, em qualquer país sério, terminaria na delegacia de polícia ou na barra dos tribunais. Há 18 anos acompanho basquete universitário e profissional, futebol americano universitário e profissional. Tenho meus times (Universidade da Carolina do Norte, New Orleans Hornets, New Orleans Saints, além de ter algum carinho pelo Carolina Panthers, clube que vi nascer). Nunca, em 18 anos, presenciei espetáculos grotescos de arbitragem como os que acontecem no Brasil quase todas as semanas.
Faço questão de escrever este post porque não faltam leitores que apontam “choro de perdedor” cada vez que assinalo os incontáveis roubos de arbitragem de que o Atlético-MG foi vítima ao longo dos anos. Pois bem, agora não foi com o meu time. Botafogo, Vasco, Fluminense, São Paulo, Palmeiras, Corinthians: para mim dá tudo na mesma. Sou Galo, sinto simpatia pelos times do sul, especialmente pelo Inter, e tenho lá um cantinho de amor pela Ponte Preta e pelo Vitória-BA. Desta vez, eu só queria ver um bom jogo. Que vencesse o melhor.
O pênalti marcado em favor do Flamengo, quando o Botafogo vencia por 1 x 0, é daqueles que teriam que ser marcados 20 vezes por jogo. Não pode segurar a camisa do adversário ao subir para cabecear? Perfeito. Que se apite 20 pênaltis por jogo então. Eu não teria problema com isso. Um outro critério, que uns poucos juízes honestos utilizam, é marcar esse tipo de pênalti quando o atacante estiver sendo impedido de fazer a jogada. Não era o caso, já que não havia nenhum perigo de gol. Mas, claro, a camisa sendo agarrada era rubro-negra. Não é preciso dizer que a mesma jogada aconteceu pelo menos 5 vezes do outro lado, sem que se marcasse nada.
Esqueçam o pênalti. Que eu saiba, existe uma regra no futebol que determina que, numa bola recuada intencionalmente com os pés para o goleiro, este não pode segurá-la com as mãos, sob pena de tiro livre indireto na área – a não ser, claro, que o jogador que fizer o recuo se chame Léo Moura e vista uma camisa rubro-negra. O cartão vermelho para Zé Carlos e o cartão amarelo para Lúcio Flávio, do Botafogo, aconteceram por quê mesmo? Uma cotovelada no adversário, em geral, é jogada para cartão vermelho – a não ser, claro, que o autor se chame Souza e vista uma camisa rubro-negra, e a vítima for um goleiro uruguaio (aliás, a xenofobia dos árbitros brasileiros é outro tema que mereceria longa discussão; Valdivia que o diga). Eu poderia listar outros exemplos.
Um árbitro que permanecerá inomeado uma vez me disse: “Idelber, se você quer prejudicar uma equipe, não espere as jogadas decisivas na área. Trave-a no meio-campo”. Assistam o VT da partida e vejam essa regra em ação. O pior é que ela não foi suficiente. O juiz roubou no meio-campo e roubou na área. O Botafogo foi imensamente superior ao Flamengo? Não, não foi. Poderia ter perdido na bola? Poderia. Desequilibrou-se emocionalmente a partir de um certo momento? Sem dúvida. Mas nada justifica a bandidagem. O impressionante no Brasil é que mesmo os melhores e mais honestos cronistas observam essas coisas e acham tudo normal. Não deve ser coincidência que, nos campeonatos cariocas, o time sistematicamente roubado seja justo aquele que é (ou era) dirigido por um ser humano íntegro, não cúmplice dos bandidos da Federação de Futebol do Estado do Rio – ainda que, nas competições nacionais, e especialmente contra mineiros e gaúchos, essa mesma equipe seja auxiliada pelas arbitragens.
Alguém em sã consciência é capaz de dizer que o pênalti que sofreu Tinga, do Internacional, no jogo contra o Corinthians que poderia ter decidido o Brasileirão de 2005, não teria sido marcado caso a sua camisa vermelha tivesse um par de listras horizontais negras? É frustrante, porque os flamenguistas (e, em menor medida, os corinthianos) já se acostumaram a ganhar dessa forma. Mesmo gente instruída e sensata se recusa a discutir o tema, não entendendo que o futebol brasileiro é um patrimônio do país, destruído e pisoteado cada vez que isso acontece. O problema transcende o esporte. É um roubo contra o consumidor, numa esfera que movimenta muito dinheiro e tem enorme significação simbólica para o Brasil, dentro e fora de suas fronteiras. Cada rubro-negro que repete "é choro de perdedor" quando acontecem esses escândalos, me desculpe, é um cúmplice do crime organizado.
Esta semana, chegou a notícia de que a Nike assinou um contrato de patrocínio com a seleção francesa por um valor cinco vezes maior que aquele destinado à seleção brasileira. Eu pergunto: em qual bolsa de apostas da galáxia a seleção francesa vale cinco vezes mais que a brasileira? Ou será que o valor oficial não é o efetivamente pago à CBF? Aliás, eu entendo que o Banco do Brasil patrocine a seleção de voleibol. Trata-se da seleção brasileira de vôlei. Alguém poderia me explicar porque a Petrobras, uma empresa estatal sem concorrência no país, patrocina o Flamengo?
Atualização: Juca, não é possível, Juca. Se você acha que essa foto encerra a discussão sobre tudo o que está dito acima, e tudo o que observaram milhões de torcedores, só nos resta dizer: então tá. Quando alguém com a integridade de Juca Kfouri começa a defender o que aconteceu ontem no Maracanã, sinceramente, dá vontade de jogar a toalha e assistir só futebol americano mesmo.
A foto, enviada ao site de notícias americano Drudge Report, foi tirada em Wajir, no interior do Quênia, durante uma viagem de Obama a cinco países africanos. O Quênia é o Estado natal do pai do senador. As roupas teriam sido um presente dado a Obama por idosos de Wajir.
De acordo com o Drudge Report, que publicou a imagem nesta segunda-feira, a foto teria sido divulgada no fim de semana por ativistas da campanha de Hillary.
Em dezembro, a campanha de Hillary pediu a demissão de um de seus coordenadores no Estado de Iowa após ele ter enviado um e-mail coletivo em que afirmava falsamente que Obama era muçulmano.
Rumores de que o senador poderia ser muçulmano e que vem procurando ocultar sua fé circularam há alguns meses.
A partir de 1º de maio, os canais de televisão só poderão transmitir animações que sejam 100% chinesas entre as cinco da tarde e as nove da noite.
A medida é mais um passo para incentivar a indústria nacional de animação e reverter o "quase monopólio" dos desenhos animados estrangeiros registrado no começo dos anos 2000, informou o jornal estatal China Daily.
Cartoons japoneses, sul-coreanos e americanos serão os mais atingidos.
Desenhos populares como Doraemon, que é sobre um gato-robô, e Slam Dunk, que é sobre um time de basquete, terão a audiência limitada.
No Congresso brasileiro também existe um projeto de lei que limita a programação estrangeira na TV por assinatura. O que você acha dessas limitações impostas pelos governos?
Robôs poderão substituir bandeirinhas nos campos de futebol em 2020, diz um amplo estudo sobre o impacto da tecnologia no futebol, publicado nesta semana em Londres. O estudo Orange Future of Footbal Report 2008 foi conduzido pelo Future Laboratory, consultoria que faz previsões e que entrevistou especialistas em tecnologia e esporte para tentar mapear a evolução tecnológica do futebol nos próximos 12 anos e o impacto nos torcedores, clubes e jogadores.
Segundo o estudo, os torcedores não precisarão mais duvidar das decisões dos árbitros, já que os campos terão sensores de luz para sinalizar as saídas de bola e posição das jogadas.
Os juízes poderão contar com a ajuda de bandeirinhas robotizados, que poderão identificar com precisão os impedimentos, eliminando os erros.
O relatório prevê ainda que, antes do início do jogo, os jogadores irão registrar suas chuteiras e terão sensores instalados nos calçados.
Estes sensores - que identificarão jogadores da casa e visitantes- poderão transmitir informações a outros equipamentos, instalados nas bolas da partida.
Desta forma, será possível identificar quando jogadores se encontram em posição de impedimento, por exemplo. Os "estádios vivos", como são chamados no relatório, terão ainda pontos de comunicação que permitirão o contato entre os técnicos e os jogadores durante a partida.
Para o diretor de pesquisas da Orange - empresa britânica de telefonia celular que encomendou o estudo - a tecnologia "pode ter um papel importante na evolução do jogo, ajudando a eliminar as injustiças em campo e garantindo decisões precisas".
Torcedores
Além das mudanças nos campos, o relatório sugere que em futuro próximo, o modo como fãs acompanham os jogos também poderá mudar. Os especialistas dizem que os torcedores não precisarão assistir aos jogos ao vivo, pois poderão assistir às partidas em telas com imagens holográficas em três dimensões.
Os especialistas sugerem ainda que os jogos estarão disponíveis para serem acompanhados pelo telefone celular. Já para os que preferem ir ao campo, o estudo indica que todos os assentos do estádio estarão equipados com pequenos monitores, com imagens de câmeras de vários ângulos.
Além disso, os espectadores poderão pedir comidas e bebidas diretamente dos seus assentos.
O relatório sugere ainda que, no futuro, os clubes devem oferecer opções de moradia para os torcedores que preferirem morar dentro ou próximos do estádio.
Os especialistas afirmam ainda que a prática de oferecer ações do time aos torcedores, melhorando a administração dos clubes.
Super tecnologia
Segundo os especialistas ouvidos pelo estudo, as equipes médicas poderão usar terapia genética para encurtar o tempo de recuperação dos jogadores machucados e a nanotecnologia poderá ser usada para fabricação de camisas e uniformes inteligentes, que poderão prevenir ferimentos e controlar o suor.
As camisetas dos jogadores também poderão ser potencializadas para atrair e oferecer mais publicidade.
A pesquisa sugere que as logomarcas que aparecem nas camisas poderão ser modificadas durante a partida, graças a sensores instalados nos uniformes dos jogadores.
A tecnologia irá também melhorar o desempenho dos jogadores, diz o estudo. Segundo os especialistas, os avanços na área da nutrição e da genética irão influenciar a dieta e a saúde dos jogadores, que irão "atingir o desempenho máximo, muito além do que se pode imaginar atualmente", diz o relatório.
"Algumas destas descobertas podem até parecer que foram tiradas de um livro de ficção científica, mas na verdade são uma realidade que está ao nosso alcance, esperando para acontecer", diz Tom Savigar, diretor do Future Laboratory.
RIO - O juiz Jorge Luiz Le Cocq D'Oliveira, da 38ª Vara Criminal do Rio, condenou nesta quinta-feira os cinco acusados de roubar e agredir a doméstica Sirlei Dias de Carvalho Pinto, em junho do ano passado.
Felippe de Macedo Nery Netto e Rubens Pereira Arruda Bruno foram condenados a seis anos de reclusão em regime inicial semi-aberto e ao pagamento de quarenta-dias multa. Leonardo Pereira de Andrade e Julio Junqueira Ferreira foram condenados a seis anos e oito meses de reclusão em regime inicial semi-aberto e ao pagamento de sessenta-dias multa.
Já Rodrigo dos Santos Bassalo da Silva, que já tinha antecedente criminal (roubo com emprego de arma de fogo) foi condenado a sete anos e quatro meses de reclusão em regime inicial fechado e ao pagamento de oitenta dias-multa. A condenação de todos foi por roubo com concurso de pessoas. O valor da multa diária é de dois salários mínimos.
Rubens, Rodrigo, Leonardo e Júlio foram absolvidos da acusação de lesão corporal contra Ângela Maria Gomes dos Santos. Felippe e Leonardo foram absolvidos da mesma acusação contra Ana Lúcia Cordeiro Julião da Costa. Ambas são garotas de programa e, nos dois casos, não houve prova de materialidade, pois Ângela não foi atendida pelo Instituto Médico Legal (IML) por estar sem documentos e Ana Lúcia se submeteu a exame médico-legal apenas uma semana depois. No laudo, não foram descritas as lesões resultantes das agressões, tendo sido citados apenas ferimentos em seu braço, ocorridos quando ela, ao fugir, machucou-se em uma árvore.
Os réus ainda podem recorrer da decisão, porém devem permanecer presos até então, com exceção de Felippe, que obteve uma liminar favorável em um habeas corpus impetrado no Superior Tribunal de Justiça, que ainda está em vigor, para permanecer em liberdade.
Na madrugada do dia 23 de junho de 2007, os cinco denunciados e a testemunha Arthur Fernandes Campos da Paz, ocupando um automóvel Gol preto, conduzido por Felippe, resolveram, segundo ele, "zoar" garotas de programa que fazem ponto na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Todos vinham de uma festa e estavam alcoolizados.
Por volta das 4h, o grupo parou em frente ao posto 4 da Av. Lúcio Costa, onde Rubens desembarcou e abordou Ângela, que, temerosa, procurou se afastar e foi agredida por Rubens. Os outros réus, com exceção de Felippe, também desembarcaram e participaram da agressão. Ângela conseguiu correr e escapar.
O grupo voltou para o carro e, mais à frente, parou, em outro ponto de ônibus, na altura do posto 5 , onde se encontravam Ana Lúcia e a doméstica Sirlei, que acabara de chegar, retornando do trabalho, e aguardava o primeiro dos três ônibus que teria que pegar para chegar à sua casa, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Os cinco réus deixaram o veículo e se dirigiram às duas mulheres. O único que permaneceu no carro foi Arthur.
Rubens abordou Ana Lúcia, falando algo sobre "programa", enquanto outro começou a arrancar a bolsa de Sirlei, que foi chamada por palavras de baixo calão. Em seguida, Rubens deu um soco em Ana Lúcia e começaram as agressões físicas a Sirlei, que foi violentamente agredida, enquanto Ana Lúcia conseguiu se desvencilhar de Rubens, correndo na direção de um condomínio. Sirlei pediu pelo fim do espancamento, o que só ocorreu quando outras pessoas se aproximaram, e a devolução da sua bolsa, a qual eles levaram para o carro.
Sirlei retornou à casa de seu patrão, onde pediu ajuda, e um taxista que viu a cena seguiu o Gol ocupado pelo grupo e anotou a placa, possibilitando a identificação dos rapazes. Interrogados em juízo, os acusados afirmaram que só queriam "zoar putas". Sirlei não reconheceu Arthur, pois ele permaneceu dentro do carro, que tinha os vidros escurecidos.
Segundo o juiz, a bolsa foi realmente subtraída, ainda que, inicialmente, este não fosse o objetivo principal dos rapazes.
- O argumento de que os valores que deveria haver na bolsa de uma meretriz não despertariam a cobiça de jovens bem situados, além da inconsistência jurídica - não integra o tipo de roubo o patamar socioeconômico dos sujeitos ativo e passivo da infração - não seduz. Os réus estavam bêbados, em alta madrugada, e o dinheiro dava para um lanche, mais uma bebida energética ou algo mais forte. Devem, pois, responder pelo delito que efetivamente praticaram - o roubo - afirmou.
Le Cocq citou ainda na sentença o caso ocorrido em 1997 em Brasília, onde um grupo de rapazes também só queria "zoar" um índio, que foi incendiado e morreu.
O juiz disse também que todos os acusados agiram com consciência e vontade de subtrair a coisa alheia móvel, e não somente aquele que materialmente arrancou a bolsa.
- A subtração veio acompanhada de elementar violência. A retirada da bolsa foi obtida através de uma violência brutal, desmedida, incompreensível mesmo - ressaltou o magistrado.
Ainda de acordo com o juiz, todos os réus desembarcaram do veículo, estavam no local do evento e respondem, em absoluta igualdade, pela prática do crime patrimonial.
- Ainda que se admita que um deles ficou apenas rindo da situação - quando o quadro era para chorar - e não tenha nem retirado a bolsa da posse da vítima nem a agredido, ainda assim, é ele também autor do delito patrimonial, eis que aderiu à conduta dos demais, a quem encorajou, com sua presença e seu gesto de apoio. A rigor, o único que não aderiu à conduta criminosa foi Arthur Fernandes, que permaneceu no veículo - disse.
Le Cocq explicou que os réus respondem, em relação à vítima Sirlei, por roubo com concurso de pessoas, como imputado na denúncia originária, pois o laudo elaborado sessenta dias após o evento respondeu afirmativamente ao quarto quesito - as lesões resultaram em incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias - , que ensejou o aditamento à denúncia. Porém, no atestado particular apresentado por Sirlei, o médico afirma que houve "discreta limitação funcional", considerando a lesão corporal como leve. Segundo o juiz, decorridos trinta dias após o fato delituoso, o laudo complementar não poderia ter sido inconclusivo.
- Não se discute que Sirlei sofreu uma violência brutal, covarde, injustificável. Entretanto, a classificação da lesão corporal cinge-se a critérios legais e técnicos, não bastando a convicção íntima do julgador. Para fins de jurisdição penal, a prova quanto à gravidade da lesão mostrou-se duvidosa e, como é curial, a dúvida se resolve em favor dos réus - explicou o magistrado.