Empresa fabricou produto durante 14 anos. Linha atual não afeta a natureza
A Nike passou 14 anos e gastou dezenas de milhões de dólares para evitar que um perigoso gás que provoca o efeito estufa, o hexafluoreto de enxofre (SF6), caia na atmosfera. A mudança não acontece nas plantas de produção, mas nos próprios tênis: ele está presente nas bolsas de ar colocadas no solado da linha Nike Air, que manteve a empresa entre as maiores do ramo na última década.
A denúncia original partiu de uma revista alemã e, mesmo dentro da empresa, ela demorou para ser aceita como mais do que uma piada, escreve a revista Business Week. Até que uma conta simples acabou com o riso. Com a destruição dos tênis, o gás é liberado lentamente na atmosfera. No auge da produção, em 1997, o SF6 contido nos tênis Nike Air vendidos no mundo era equivalente a impressionantes 7 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono, mesmo valor emitido por 1 milhão de carros.
A nova tecnologia usa nitrogênio em vez do SF6, diz a Business Week. A empresa, além de “esverdear” seu produto, ainda desenvolveu um novo tênis que paga o investimento: o novo Air Max 360, lançado em janeiro e instantaneamente alçado ao sucesso, tem toda uma cama de nitrogênio em seu solado.
A empresa só não deixa claro o que deve ser feito com todos os modelos Nike Air antigos ainda usados pelo mundo afora.