O clima de Natal começa aos poucos a envolver o comércio. Na disputa pelo bolso do consumidor, shoppings, lojas e redes de supermercado têm apostado na antecipação das vendas de fim de ano.
O shopping Central Plaza exibe desde ontem sua praça de eventos e fachada decorados para o Natal. O Interlagos, o Raposo e o Osasco Plaza entram no mesmo clima entre sexta e segunda-feira. Outros shoppings dão seqüência a inaugurações de Natal a partir dos primeiros dias de novembro. Este ano, a maioria investe entre R$ 1,5 milhão e R$ 2,5 milhões em decorações e campanhas e tem expectativas variadas de expansão das vendas.
Além dos shoppings, lojas como a Americanas, redes de supermercados e o comércio especializado em enfeites, caso da Natalie, já estão prontos para o movimento de fim de ano. No Wal-Mart, as lojas amanhecerão decoradas na segunda-feira,dia 30.
'Sair na frente e atrair o consumidor para as compras de impulso ou para no mínimo começar a pensar na lista de presentes, num cenário de vendas mornas, é estratégico', diz o assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de S.Paulo (Fecomercio), Altamiro Carvalho. Ele lembra que a concorrência é cada vez maior e que aqueles que saem na frente roubam vendas de quem espera uma maior proximidade do Natal.
Os supermercados já oferecem a primeira fornada de panetones desde o mês passado. Em 2005, a Bauducco vendeu os primeiros panetones para a rede Pão de Açúcar no fim de setembro. Este ano, iniciou a distribuição no dia 23. A expectativa da Bauducco é de crescimento no varejo de 8% em relação a 2005. A Arcor está com panetones no varejo desde meados de setembro, numa antecipação de 40 dias na data de vendas em relação a 2005.
'Houve uma antecipação muito grande de empréstimos relativos ao 13º salário, por parte dos bancos, e é difícil avaliar agora o impacto que isso terá em dezembro', diz Carvalho. Ele prevê um Natal muito parecido com o do ano passado.
O economista Emílio Alfieri, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), tem a mesma linha de raciocínio. 'O Natal já começou, o comércio está investindo no marketing do 'não espere, compre agora' numa grande disputa porque as vendas estão fracas. Dezembro ainda é uma incógnita.'