segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Mercado de dossiês

CUIABÁ (Agência Brasil), 23 de outubro - O advogado Eduardo Siqueira Rodrigues, que representa o empresário paulista Abel Pereira, disse nesta segunda (23) que seu cliente foi procurado por Luiz Antônio Trevisan Vedoin, que teria oferecido documentos contra o senador petista Aloizio Mercadante.Abel Pereira, segundo Rodrigues, disse à Polícia Federal que o dossiê continha “documentos que os Vedoin teriam e que poderiam comprometer a candidatura de Mercadante ao governo de São Paulo. Poderiam influenciar a eleição”. Mercadante foi derrotado pelo candidato tucano José Serra no primeiro turno. Vedoin é dono da Planam, empresa acusada de ser a responsável pelo esquema de venda superfaturada de ambulâncias por meio de emendas ao Orçamento Geral da União, que culminou com a Comissão Mista Parlamentar de Inquérito dos Sanguessugas. Ele ainda é acusado de tentar vender, a integrantes do PT, dossiê que comprovaria a participação de políticos do PSDB no esquema.O empresário da Planam, segundo o advogado, teria procurado Abel Pereira com a intenção de que ele levasse os documentos ao ex-ministro Barjas Negri para que, então, ele os levasse à cúpula do PSDB.“Segundo Abel, Vedoin teria dito que poderia, com esses documentos, fazer oscilar em cinco pontos qualquer eleição e que, nos próximos dias, daria uma entrevista a uma revista onde demonstraria o poder de fogo dos documentos”, disse o advogado.Abel Pereira terminou seu depoimento na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Cuiabá (MT). Ele é suspeito de ter participado do esquema de compras de ambulâncias superfaturadas e desvio de dinheiro público, um esquema desmontado pela PF na Operação Sanguessuga.No depoimento que concedeu à PF, Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam (a empresa acusada de liderar o esquema), apontou Abel Pereira como intermediário na liberação de verbas no Ministério da Saúde durante a gestão de Barjas Negri, que no governo de Fernando Henrique Cardoso foi secretário-executivo de José Serra e depois ministro da Saúde.
Por Priscilla Mazenotti
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário