sábado, 7 de outubro de 2006

vôo 1907 da gol

Os corpos de mais 52 pessoas mortas na queda do vôo 1907 da Gol em uma região de mata fechada do Mato Grosso foram catalogados neste sábado. Destes, 27 estão pré-identificados. Dois deles são os de Pedro Henrique Garcia, 3, e do piloto Décio Chaves Junior, 44. Os corpos estão na base da FAB (Força Aérea Brasileira) na fazenda Jarinã e deverão ser transportados para o Instituto de Identificação do Distrito Federal até domingo (8).

Segundo o próprio Instituto de Identificação, os peritos que trabalham na fazenda conseguiram confirmar a identidade da criança depois de comparar as impressões digitais colhidas com as encontradas no passaporte dela, que estava entre os destroços. Ela é a primeira das cinco crianças mortas no acidente a ser identificada.

Neste sábado, o ministro da Defesa, Waldir Pires, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, sobrevoaram e visitaram a região do desastre. Também neste sábado, o Exército enviou 80 integrantes do 1º Batalhão de Infantaria de Selva sediado em Manaus (AM) para dar apoio à operação de resgate das vítimas.

O acidente é considerado o maior da história aeronáutica brasileira. O Boeing da Gol caiu depois de bater no ar contra um Legacy da empresa de táxi aéreo norte-americana ExcelAire. Os dois voavam na mesma altura --a 37 mil pés (cerca de 11,2 km)-- quando ocorreu a colisão. De acordo com o plano de vôo, o Legacy deveria estar a 36 mil pés naquele momento.

O Legacy conseguiu pousar após o choque e nenhum de seus ocupantes ficou ferido, mas o Boeing caiu na mata e seus 154 ocupantes morreram. Para chegar aos destroços da aeronave, os militares precisaram descer em rapel e abrir uma clareira para descer em pára-quedas. Na sexta-feira (6), eles tiveram que raspar o cabelo devido a uma infestação de piolhos. Não há previsão para o término dos resgates.

O acidente está sendo investigado por uma comissão integrada por autoridades brasileiras e norte-americanas do setor, conforme a legislação aeronáutica internacional.

Processo de identificação

Depois de serem localizados entre os destroços do avião, os corpos são levados para a base da FAB na fazenda Jarinã, onde são catalogados e têm as impressões digitais coletadas. Os dados preliminares são enviados por e-mail para o Instituto de Identificação de Brasília, subordinado à Polícia Civil, que inicia o confrontamento de dados.

Os corpos são mantidos em baixas temperaturas antes de serem transportados pela FAB para Brasília.

Quando não podem ser reconhecidos pelas impressões digitais, eles são encaminhados ao Instituto de Pesquisas de DNA, também da Polícia Civil, que realiza os exames com base em amostras de sangue coletadas de familiares dos mortos.

Uma vez identificados, os corpos são remetidos ao IML (Instituto Médico Legal), que faz outros exames e os libera para as famílias. No total, até este sábado, de acordo com a FAB, 35 corpos haviam sido liberados pelo IML, mas 58 haviam sido enviados a Brasília.
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